Operação militar especial russa

Promessa de Zelensky de contraofensiva no inverno é 'ilusão', diz analista militar

Vladimir Zelensky afirma que vai manter sua "contraofensiva" durante o outono e o inverno. No entanto, será que Kiev possui recursos suficientes?
Sputnik
O presidente ucraniano já afirmou repetidamente que cometeu um erro no ano passado quando suspendeu os avanços militares após supostamente reconquistar territórios. Em fala recente depois de reuniões no Capitólio e na Casa Branca, Zelensky prometeu seguir lutando durante o outono e o inverno deste ano, com o intuito de tomar o controle de diversas cidades, em especial Artyomovsk (Bakhmut, em ucraniano).
Contudo, para o jornalista militar e redator-chefe adjunto da revista Literaturnaya Rossia, Aleksei Borzenko, as promessas de Zelensky não são nada mais do que uma "ilusão".

"Quem vai atacar? Nos últimos dois ou três meses, o Exército russo esmagou um grande número de soldados [ucranianos], veículos blindados e obuseiros. Então quem vai atacar? Essa questão é muito importante. Quem eles vão enviar para a linha de frente?", questionou Borzenko em entrevista à Sputnik.

Arma maravilha? Zelensky anuncia chegada de tanques Abrams meses após início da contraofensiva
É improvável que o Exército ucraniano consiga desenvolver alguma nova estratégia ofensiva, segundo o especialista. Eles já teriam utilizado táticas ocidentais e soviéticas contra as posições da Rússia, atacando as defesas russas em grandes e pequenos grupos, mas acabaram sempre atolados e sofreram perdas pesadas, sem conseguir progredir.
Do mesmo modo, é pouco provável que eles utilizem os tanques oferecidos pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) nos próximos meses, uma vez que esses veículos blindados pesados não foram feitos para condições climáticas extremas, continuou Borzenko, que sugeriu que o Exército ucraniano utilizará o que resta de seu arsenal de tanques T-72 da era soviética.

"Que outra arma [poderia ser usada]? Eles estão esperando pela aviação, mas o [caça] F-16 não mudará muito", disse Borzenko. "[As forças russas] vão caçá-los e abatê-los. Eles também precisam dos F-16, não para realizar batalhas aéreas na linha de frente, mas para lançar mísseis táticos. Esses são todos os mísseis mais recentes que receberam em poucos meses, e estão aguardando os ATACMS."

Ainda assim, Zelensky repete em suas entrevistas recentes que esses mísseis de longo alcance serão usados para atingir "alvos profundos" no território russo. Isso se encaixa na tática terrorista de Kiev de lançar ataques contra zonas civis, centrais nucleares e instalações de infraestrutura da Rússia, pontua o especialista.
Ainda de acordo com Borzenko, no que diz respeito ao campo de batalha, os ucranianos não têm munição suficiente e esperam receber mais projéteis de 155 mm da OTAN. Suas reservas de munições de 152 mm também se esgotaram.

"Quantos projéteis de 152 mm eles ainda têm? Eles os recebem dos países do antigo Pacto de Varsóvia. Esses ainda são estoques antigos, da década de 1980."

Panorama internacional
Quase metade da frota de caças F-35 dos EUA é incapaz de realizar missões, diz relatório
Comentar