Na cúpula do BRICS em Joanesburgo, no final de agosto, os líderes do bloco adotaram uma declaração que prevê o uso de moedas locais no comércio mútuo e o "fortalecimento das redes de correspondentes bancários entre os países do BRICS, permitindo liquidações em moedas locais".
"O estabelecimento de uma nova ordem mundial certamente contribuirá para que o dólar deixe de ser a única moeda no comércio internacional. Já podemos ver como, dia após dia, produtos como portadores de energia estão sendo cada vez mais negociados em outras moedas que não o dólar", disse Gil.
Os principais exportadores de alimentos da América Latina, como Argentina e Brasil, também estão começando a usar cada vez mais moedas que não sejam o dólar, acrescentou o ministro.
"Acredito que em breve veremos outras opções no comércio internacional, e a hegemonia do dólar diminuirá, o que todos nós queremos. Como o dólar hoje está sendo usado como uma arma de coerção contra os países, esse equilíbrio, essa cesta de moedas emergentes, será muito bom para o comércio global exatamente porque proporcionaria estabilidade a todos os nossos países", de acordo com ele.
No início de setembro, o analista geopolítico Pepe Escobar disse à Sputnik que os países do grupo BRICS das principais economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – deveriam trabalhar em uma unificação dos sistemas de pagamento e em um mecanismo de comércio em moedas nacionais para impulsionar o comércio mútuo e ser mais independentes.