Segundo Radev, a Bulgária não deve se tornar uma fornecedora de armas para exércitos estrangeiros.
"O governo e a Assembleia Nacional têm que manter e desenvolver a capacidade de defesa das Forças Armadas búlgaras em vez de usá-las como fornecedoras para exércitos estrangeiros", disse Radev à imprensa do país.
Os equipamentos defeituosos são usados nos sistemas de defesa área S-300 e se somam a diversos outros já enviados pelo Ocidente.
Na última segunda-feira (25), a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, chegou a admitir publicamente que o país enviou equipamentos militares desatualizados ou quase nada funcional em diversas ocasiões.
Já o plano de envio das armas pelo Parlamento búlgaro foi elaborado pelos partidos Nós Continuamos a Mudança e Democracia Búlgara, além da coligação composta pelos partidos União da Força Democrática e Cidadãos Europeus pelo Desenvolvimento da Bulgária.
Mais cedo, o presidente do Comitê de Defesa do Parlamento da Bulgária, Hristo Gadzhev, afirmou que fornecer mísseis S-300 com mau funcionamento à Ucrânia não colocaria em perigo a defesa aérea do país, com o Ministério da Defesa também aprovando o plano.
Enquanto isso, o Partido Socialista Búlgaro se posicionou duramente contra a iniciativa, já que tal "presente" poderia ser tratado como traição por desalojar do país equipamentos de sua defesa aérea.
Os países ocidentais têm fornecido apoio financeiro, humanitário e militar à Ucrânia desde o início da operação especial militar russa, em fevereiro de 2022. O apoio evoluiu de munições de artilharia mais leves para armas mais pesadas, incluindo tanques. O Kremlin tem consistentemente alertado contra mais entregas de armas a Kiev, afirmando que serão consideradas um alvo militar legítimo.
Polônia interrompe fornecimento de armas
Na última semana, o primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, divulgou a suspensão do envio de armamento das Forças Armadas para a Ucrânia — o país vinha sendo um dos mais ferrenhos aliados do regime de Vlamidir Zelensky. Conforme o político, o motivo foi priorizar o aparato bélico do Exército polonês.
"Não estamos mais transferindo armas para a Ucrânia com base no fato de que nós mesmos estamos, agora, nos armando com as armas mais modernas", disse o primeiro-ministro.
Em julho, o país polaco, que era o terceiro que mais fornecia armas à Ucrânia, já havia prestado assistência militar em torno de três bilhões de euros (cerca de R$ 15 bilhões). Em mais um indício de afastamento do atual governo ucraniano, a Polônia também proibiu a entrada de grãos ucranianos, que são mais baratos, para proteger a agricultura do país.