Ontem (26), o ministro da Economia argentino, Sergio Massa, anunciou a criação do dólar "Vaca Muerta", um câmbio especial para os exportadores de hidrocarbonetos da bacia de Vaca Muerta para tentar colocar US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões) no mercado cambial, relata o jornal Valor Econômico.
O novo câmbio entrará em vigor em outubro e valerá por 60 dias. Nesse período, o setor poderá liquidar 25% das exportações de gás e petróleo pela nova conversão, diz a mídia.
Na visão de Massa, que também concorre à presidência da Argentina nas eleições deste ano, a medida visa continuar a atrair recursos para reforçar as reservas internacionais e ajudar a manter as cotações do dólar relativamente estáveis até as eleições em 22 de outubro.
Ainda segundo o chefe da Economia, a decisão foi tomada em conjunto com os CEOs das principais operadoras argentinas. Não está descartada a possibilidade de o setor mineiro ser beneficiado.
O dólar blue (que também é uma cotação, porém do mercado paralelo, além de ser uma forma de fazer o câmbio entre o peso e o dólar ou peso e real) saltou 20 pesos na abertura do mercado nesta quarta-feira (27) e está valendo 778 pesos. O dólar oficial, no entanto, continua estável em 365,50 pesos.
O dólar "Vaca Muerta" usará a cotação do CCL (dólar contado com liquidação), que está valendo nesta quarta 775,25 pesos.
Na Argentina há seis tipos de dólar: вólar poupança, dólar blue, dólar cartão, dólar turista ou Catar, dólar bolsa e dólar CCL.
Vaca Muerta é o segundo maior reservatório de gás de xisto do mundo e o quarto em petróleo não convencional, sendo o responsável pela metade da produção de hidrocarbonetos do país sul-americano.
A produção de Vaca Muerta atingiu recorde em agosto: 328 mil barris/dia de petróleo e 97 milhões de metros cúbicos por dia de gás.