Os Estados Unidos estão apoiando um novo cabo de Internet submarino que conectará várias ilhas do Pacífico, noticiou nesta quinta-feira (28) a agência britânica Reuters.
Os detalhes do projeto foram revelados em uma conferência do setor em Cingapura pelos desenvolvedores Paul McCann e John Hibbard, dois consultores veteranos em cabos submarinos. A APTelecom, uma consultoria de telecomunicações sediada nos Estados Unidos, está realizando o estudo de viabilidade.
O projeto, chamado Cabo do Pacífico Central, ligaria a Samoa Americana com Guam, dois territórios não incorporados dos EUA, e percorreria mais 12 ilhas do Pacífico, revelam documentos vistos pela agência. Guam abriga uma importante base militar dos EUA.
As nações insulares do Pacífico têm uma infraestrutura de Internet vulnerável, com a Reuters citando um exemplo em que uma erupção vulcânica e um tsunami cortaram o único cabo submarino de Tonga, o que a isolou das redes globais de telecomunicações por um mês em 2022.
As ilhas do Pacífico também são estrategicamente importantes para os movimentos navais dos EUA, e abrigam minerais e pesqueiros valiosos.
Os cabos submarinos de fibra óptica, tal como outros projetos de infraestrutura mundiais, tornaram-se uma importante área de competição entre os EUA e a China. Após aproximações de Pequim com países do oceano Pacífico, como no caso das ilhas, Washington decidiu responder também com uma diplomacia mais assertiva na região.
Em junho de 2021, a Reuters informou que os Estados Unidos pressionaram países da região a rejeitar um concurso de cabos submarinos que envolvia o gigante de TI chinês Huawei. Ele ligaria Nauru, Kiribati e Micronésia. Dois anos depois, a Austrália, os EUA e o Japão acordaram em reavivar o projeto, sem a participação da China.