"[...] Сomo é necessário apoio unânime para alterar o orçamento da UE, um país que não pertencente à UE não receberá um centavo do orçamento da UE até que um Estado-membro receba o que lhe é legalmente devido", disse Gulyas em uma reunião do governo.
A Comissão Europeia estava abusando de seus poderes, atrasando "de forma absurda e irritante" o pagamento de dinheiro dos fundos da UE para a Hungria sob pretextos rebuscados, acrescentou ele.
"Esperamos que eles façam novas perguntas, não porque o dinheiro foi gasto em outra coisa, Deus nos livre, dado a um país não pertencente à UE. A Hungria responderá às perguntas e espera que a Comissão Europeia não continue protelando, quebre as regras e pague o dinheiro devido à Hungria [...]. Não há motivo para a CE [Comissão Europeia] continuar se comportando dessa maneira", resumiu Gulyas.
Anteriormente, a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a CE havia revisado o orçamento plurianual da UE para o período de 2024 a 2027 e propôs que os países o aumentassem em € 66 bilhões (cerca de R$ 349 bilhões) para ajudar a Ucrânia, implementar programas de migração e refugiados e fortalecer a competitividade da união.
O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán chamou a oferta de frívola porque não se sabe para onde foi o dinheiro dado a Kiev anteriormente.
Em meados de setembro de 2022, a Comissão Europeia propôs ao Conselho da UE introduzir contra a Hungria o mecanismo condicional no orçamento europeu. Isso implicaria o congelamento de cerca de 7,5 bilhões de euros (R$ 38 bilhões) do financiamento para Budapeste. O caso é o primeiro na história da União Europeia, desde que, há dois anos, foi criado o mecanismo de condicionamento, destinado a proteger o orçamento do bloco da corrupção.
A Comissão Europeia continua a bloquear os fundos da UE para a Hungria porque quer influenciar a posição da Hungria sobre migração, educação sexual, ajuda à Ucrânia e sanções, mas Budapeste não pretende mudar seu ponto de vista sobre essas questões, que considera fundamentais, disse o primeiro-ministro húngaro. O país deve estar preparado para sérios ataques da UE, porque "Bruxelas e a máquina de propaganda liberal" não são seletivas quanto aos meios e usam todos os tipos de chantagem contra Budapeste, afirmou, por sua vez, o ministro das Relações Exteriores húngaro Peter Szijjarto.