Por conta disso, o embaixador russo no país, Oleg Stepanov, disse à Sputnik nesta quinta-feira (28) que vai questionar as autoridades canadenses sobre uma reação legal à homenagem feita pelo Parlamento do Canadá ao nazista. "Hoje vou perguntar publicamente às autoridades canadenses sobre o futuro desse Hunka", disse.
A autoridade russa lembrou ainda que o mundo sabe que Yaroslav Hunka é um cidadão canadense e vive no país. Porém, nenhuma medida concreta foi tomada diante dos crimes e assassinatos cometidos no passado pelo nazista ucraniano.
Na última semana, o nazista ucraniano Yaroslav Hunka,
que lutou por um grupo paramilitar de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, foi aplaudido de pé por todo o Legislativo canadense. A homenagem a Hunka ocorreu quando o então
presidente da Câmara dos Comuns, Anthony Rota, fazia
comentários antes do discurso do presidente Vladimir Zelensky.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que também estava presente,
só desculpou-se publicamente na última quarta (27), após pressões de grupos judaicos e
nações ao redor do mundo.
Trudeau também disse que
"o Canadá lamenta profundamente" que Vladimir Zelensky tenha sido fotografado
aplaudindo efusivamente Hunka. Em sua versão, essa foi uma imagem que foi explorada por supostos "propagandistas russos".
Até o momento o presidente da Ucrânia não se manifestou ou tampouco se desculpou pelos aplausos ao soldado nazista.
Conforme o embaixador, a
Rússia não tem ilusões quanto à perspectiva de extradição do veterano nazista ao país. Para Oleg Stepanov, o Canadá "certamente" vai arrastar o processo até a morte do ucraniano,
mesmo com o pedido de extradição também realizado pela Polônia,
aliada canadense na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
O embaixador também observou que, ao longo de muitos anos, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia e a embaixada trabalham para trazer à tona os nazistas "escondidos no Canadá".
"E todos os gabinetes canadenses evitaram de todas as maneiras possíveis a interação sobre esse assunto", afirma ao citar casos como os de Vladimir Katriuk e Helmut Oberlander.
Katriuk foi um soldado de origem ucraniana que chegou a ser o segundo nazista mais procurado do mundo. Em 2015, o veterano morreu no Canadá, aos 93 anos, sem receber nenhuma punição. Helmut Oberlander era acusado de participar de um grupo nazista de extermínio e também morreu no país, em 2021, aos 97 anos.