A Câmara dos Representantes rejeitou nesta sexta-feira (29) a proposta, feita pelos republicanos, por 232 votos contrários e outros 198 a favor.
Mesmo controlada pelo partido, a Casa legislativa não aprovou o texto, que traz grandes cortes de custos e deveria enfrentar resistência no Senado. Esta câmara é controlada pelos democratas.
Contra a orientação do partido, 21 deputados republicanos também foram contrários à proposta, considerada a última chance de evitar o "shutdown". O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, já marcou uma nova sessão para sábado (30).
Caso a questão orçamentária não seja resolvida, o governo dos EUA vai paralisar serviços públicos e deixar de depositar salários dos funcionários federais.
Além disso, servidores podem ser dispensados; repartições, museus e parques públicos, fechados; e militares, mantidos no trabalho sem remuneração, e até podem ocorrer problemas na gestão do tráfego aéreo.
Problemas internos crescem
Enquanto seguem como um dos principais financiadores do regime de Vladimir Zelensky no conflito ucraniano, os Estados Unidos enfrentam graves problemas internos: queda na arrecadação, que só em agosto chegou a 4%, inflação nas alturas e uma dívida que já ultrapassa os US$ 33 trilhões (R$ 165 trilhões) — quase duas vezes o PIB do país.
O impasse com relação ao conflito também é um dos motivos que atrasam a resolução do problema, já que a proposta traz os valores que serão repassados ao país europeu, ponto que enfrenta resistência dos republicanos. A crítica é aos altos valores.
A proposta rejeitada previa um teto no orçamento para a Ucrânia, entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões (entre R$ 301 bilhões e R$ 401 bilhões) até novembro de 2024, quando acontecem as eleições nos EUA.
Biden promete permanecer em Washington
O presidente Joe Biden prometeu que seguirá em Washington para manter contato com líderes do Congresso, à medida que se aproxima o prazo para a aprovação do texto para financiar o governo.
"Posso dizer que o presidente vai estar em Washington e vai continuar em contato com líderes do Congresso", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.