"Estamos preocupados com as tentativas de atores não regionais de se tornarem mais ativos na área afegã. Uma unificação completa de esforços entre os países da região e os Estados-membros do bloco da OTAN só será possível se eles reconhecerem totalmente a responsabilidade pelos tristes resultados de seus 20 anos de presença militar no Afeganistão", afirmou Lavrov em seu discurso.
Os países ocidentais infligiram danos irreparáveis ao povo do Afeganistão e devem arcar com o ônus da reconstrução pós-conflito do país, de acordo com o comunicado do ministro.
"Nesse sentido, o bloqueio de Washington às participações dos bancos afegãos é contraproducente e só agrava a situação, complicando as já difíceis condições de vida dos afegãos", afirmou Lavrov.
Moscou considera inaceitável "o retorno da infraestrutura militar dos EUA e da OTAN ao território do Afeganistão e de seus Estados vizinhos, quaisquer que sejam os pretextos que possam ser dados", acrescentou o ministro.
Agora em Kazan realiza-se a quinta Reunião do Formato Moscou de Consultas sobre o Afeganistão. Representantes afegãos e países vizinhos estão participando dessa reunião. O Afeganistão é representado por uma delegação talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) chefiada por Amir Khan Muttaqi, ministro interino das Relações Exteriores do governo interino talibã.
A primeira reunião do "formato de Moscou" sobre a solução do conflito afegão foi realizada em 14 de abril de 2017 com a participação de vice-ministros das Relações Exteriores e representantes especiais de 11 países (Rússia, Afeganistão, China, Paquistão, Irã, Índia, Cazaquistão, Tajiquistão, Quirguistão, Uzbequistão e Turcomenistão).
O principal objetivo do "formato de Moscou" foi declarado como sendo o de promover o processo de reconciliação nacional no Afeganistão e o rápido estabelecimento da paz no país.