Depois de os principais tanques de batalha ocidentais, como o Leopard e o Challenger, não terem tido o efeito desejado por Kiev no campo de batalha, os generais e líderes políticos ucranianos agora aguardam ansiosamente a chegada da próxima suposta arma "que mudará o jogo": os caças F-16.
Embora a administração Biden tenha inicialmente relutado em fornecer essas aeronaves militares a Kiev, no mês passado Joe Biden anunciou que os Estados Unidos e seus aliados treinarão pilotos ucranianos para operar F-16, com vários membros da OTAN desde então se comprometendo a fornecer aeronaves F-16 à Ucrânia.
No entanto, mesmo que os F-16 sejam tão bons quanto anunciado, a capacidade da Ucrânia de produzir o número necessário de pilotos de caça decentes neste momento parece bastante questionável, disse o famoso piloto de testes russo Magomed Tolboev à Sputnik.
Durante a era soviética, era preciso passar dois anos "pilotando" como parte de um regimento da Força Aérea para se tornar um piloto de terceira classe, enquanto se tornar um piloto de primeira classe levava de seis a oito anos, relembrou Tolboev.
"Você só pode se tornar um piloto decente no oitavo ano de treinamento e prática", explicou ele, observando que Kiev planeja treinar seus pilotos em apenas seis meses.
O piloto ainda ressaltou que a Ucrânia tem atualmente apenas uma escola de aviação militar, na Carcóvia, o que simplesmente não é suficiente para treinar pilotos suficientes para uma força aérea adequada.
As observações de Tolboev foram compartilhadas pelo major-general Vladimir Popov, um veterano piloto russo de aviões de combate, que sugeriu que Kiev sofre atualmente de uma grave falta de pilotos de combate devido às perdas sofridas durante o conflito ucraniano.
Embora o programa de treino de pilotos militares na Ucrânia hoje se assemelhe a um curso intensivo, Popov ponderou que a liderança militar ucraniana pode começar a "tratar os seus pilotos como bens descartáveis".
"Um piloto completa duas ou três missões e pronto. Se ele for morto, quem se importa, desde que o objetivo principal – ou talvez algum tipo de ato político, para exibição – tenha sido concluído", disse.
Tanto Tolboev como Popov também especularam que a chegada dos F-16 à Ucrânia pode ser seguida pela chegada de pilotos estrangeiros que, além de ajudarem a treinar pilotos ucranianos, também podem voar em missões de combate para Kiev, atuando efetivamente como mercenários.
Em agosto, o colunista Mark Davis escreveu em seu artigo no jornal Newsweek que as Forças Armadas da Ucrânia não têm grandes chances de superar os militares russos no campo de combate, mesmo com o fornecimento de caças F-16 pelo Ocidente.
"[...] Não há motivos para acreditar que um pequeno Exército ucraniano em comparação às forças de [Vladimir] Putin forçará no primeiro semestre de 2024, ou seja, quando for, as tropas a recuar. Sim, os F-16 chegarão em breve, mas levará a maior parte do ano para treinar pilotos ucranianos, e mesmo se eles completarem o treinamento com sucesso, eles vão se encontrar com a segunda maior Força Aérea do mundo no céu da Ucrânia", disse Davis conforme noticiado.
"[...] Não há motivos para acreditar que um pequeno Exército ucraniano em comparação às forças de [Vladimir] Putin forçará no primeiro semestre de 2024, ou seja, quando for, as tropas a recuar. Sim, os F-16 chegarão em breve, mas levará a maior parte do ano para treinar pilotos ucranianos, e mesmo se eles completarem o treinamento com sucesso, eles vão se encontrar com a segunda maior Força Aérea do mundo no céu da Ucrânia", disse Davis conforme noticiado.