"É garantido aos residentes o direito de preservar e desenvolver as suas características culturais e etnoculturais. A liberdade de religião e a proteção dos monumentos culturais e religiosos são garantidas. Também será possível usar a língua armênia", diz o documento do governo.
Ainda segundo o plano de reintegração, independentemente da "afiliação étnica, religiosa ou linguística, são garantidos direitos e liberdades iguais para todos, incluindo a segurança".
O Comitê Estadual Azeri de Planejamento Urbano e Arquitetura afirmou à Sputnik que está criando planos diretores para cidades em Nagorno-Karabakh.
"Planos diretores estão sendo preparados para sete cidades em todo o Azerbaijão, incluindo quatro cidades na região econômica de Nagorno-Karabakh. Estas são: Khankendi, Khojaly, Khojavand e Aghdere", disse a assessoria de imprensa do comitê.
A porta-voz do governo armênio, Nazeli Baghdasaryan, disse no último domingo (1º) que cerca de 100 mil pessoas de Nagorno-Karabakh cruzaram a fronteira para a Armênia desde a última escalada do conflito.
Conflito armado em Nagorno-Karabakh
Nagorno-Karabakh é uma região na Transcaucásia. A esmagadora maioria da população é armênia.
Em 1923, a região recebeu o status de região autônoma dentro da República Socialista Soviética do Azerbaijão. Em 1988, começou em Nagorno-Karabakh um movimento de reunificação com a Armênia. Em 2 de setembro de 1991, o Azerbaijão proclamou a sua independência, e o nome da região autônoma mudou para república de Nagorno-Karabakh. De 1992 a 1994, o Azerbaijão tentou assumir o controle da autoproclamada república. Nessa ação militar de grande escala morreram cerca de 30 mil pessoas.
Em 1994, as partes concordaram em estabelecer um cessar-fogo, mas o status do território nunca foi determinado. No final de setembro de 2020, os combates recomeçaram em Nagorno-Karabakh. Na noite de 10 de novembro, o Azerbaijão e a Armênia, com o apoio de Moscou, chegaram a um acordo para cessar completamente as hostilidades, permanecendo nas posições ocupadas, trocar prisioneiros e os corpos dos mortos. Na região foram implantadas forças de paz russas, inclusive no corredor de Lachin.
No ano passado, Yerevan e Baku, com a mediação de Rússia, EUA e União Europeia, iniciaram discussões sobre um futuro acordo de paz. No final de maio deste ano, o premiê armênio, Nikol Pashinyan, disse que seu país estava pronto para reconhecer a soberania do Azerbaijão nas fronteiras soviéticas, ou seja, junto com Nagorno-Karabakh. Em setembro, o presidente russo, Vladimir Putin, chamou a atenção para o fato de que a liderança armênia, em essência, havia reconhecido a soberania do Azerbaijão sobre Nagorno-Karabakh. O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, disse que Baku e Yerevan podem assinar um acordo de paz antes do final do ano, a menos que a Armênia mude sua posição.