Durante visita do presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, ao país, Yaroslav Hunka foi aplaudido de pé inclusive pelo primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. O episódio, que levantou críticas por todo o mundo, levou ao pedido de demissão do líder da Câmara dos Comuns, Anthony Rota.
"O convite ao nazista ucraniano de 98 anos para o Parlamento canadense foi, sem dúvida, um desastre diplomático e provavelmente pretendia ser assim pelo presidente, que deve ter querido constranger o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau", afirma Frank Cohn.
Ex-voluntário de grupo nazista
Em 22 de setembro, Hunka foi convidado pelo presidente da Câmara dos Comuns, Anthony Rota, para a visita de Zelensky ao Parlamento, quando chegou a ser elogiado como um "herói" que lutou contra os russos na Segunda Guerra Mundial.
O ucraniano de 98 anos foi ex-voluntário da 14ª Divisão de Granadeiros SS Waffen, unidade militar nazista considerada organização criminosa durante os julgamentos de Nuremberg, em 1946.
Já o vetereno Frank Cohn nasceu em uma família judia na Alemanha, em 1923, e escapou do regime de Hitler 15 anos depois. Para ele, o episódio com o nazista foi um "golpe intencional contra a Ucrânia".
Desculpas tardias
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que também estava presente, só desculpou-se publicamente na última semana, após pressões de grupos judaicos e nações ao redor do mundo.
"Todos nós que estivemos nesta Câmara na sexta-feira [22 de setembro] lamentamos profundamente ter ficado de pé e aplaudido, embora o tenhamos feito sem saber do contexto", disse Trudeau em um breve comentário a jornalistas.
Trudeau também disse que "o Canadá lamenta profundamente" que Vladimir Zelensky tenha sido fotografado aplaudindo efusivamente Hunka.