"A versão confidencial do documento 'Estratégia Integrada do País' é cerca de três vezes mais longa e contém muito mais detalhes sobre os objetivos dos Estados Unidos na Ucrânia, desde a privatização de seus bancos, a ajuda para que mais escolas ensinem inglês até a adoção dos protocolos da OTAN pelo Exército ucraniano", ressalta a publicação.
Washington quer que o Ministério da Defesa ucraniano "estabeleça um corpo profissionalizado de oficiais juniores e suboficiais de acordo com os princípios padrão da doutrina da OTAN", apesar de a aliança estar longe de concordar com a adesão de Kiev.
Até mesmo o formato e o conteúdo dos documentos de defesa ucranianos devem "refletir a terminologia da OTAN", escreve a mídia.
Como observa o jornal, a Casa Branca está muito mais preocupada com o problema da corrupção na Ucrânia do que admite em público.
O documento "enfatiza que a corrupção poderia levar os aliados ocidentais a abandonar a luta da Ucrânia contra a invasão russa e que Kiev não pode adiar os esforços para combater a corrupção", segundo o artigo.
As autoridades dos Estados Unidos querem pressionar a Ucrânia a reduzir o nível de corrupção no país, principalmente porque "dólares americanos estão em jogo".
O jornal citou uma autoridade norte-americana não identificada dizendo que o governo do presidente Joe Biden está negociando com as autoridades ucranianas a possibilidade de condicionar a futura assistência econômica a Kiev à implementação de reformas anticorrupção e ao fato de a Ucrânia se tornar um país atraente para investimentos privados. Ao mesmo tempo, como observou o interlocutor do jornal, essas condições não são consideradas para o fornecimento de assistência militar à Ucrânia.
O governo Biden também pretende garantir que o Alfa Bank, que foi nacionalizado na Ucrânia, volte a ser propriedade privada.
"Aparentemente, estamos falando de uma instituição conhecida como Sence Bank, que antes era de propriedade russa, mas foi nacionalizada pela Ucrânia", de acordo com o artigo.
Os Estados Unidos também gostariam que a Ucrânia elegesse mais de dois mil novos juízes e se livrasse de seu acúmulo de mais de nove mil processos sobre má conduta judicial.
A Ucrânia será convidada a se juntar à aliança mediante uma decisão unânime de todos os membros e se todas as condições forem cumpridas, disse o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg. Ao mesmo tempo, ele não mencionou nenhum prazo, enfatizando que o procedimento de adesão não prevê um cronograma.
O Kremlin disse que estava monitorando de perto a situação e lembrou que a orientação de Kiev em relação à adesão à OTAN foi um dos motivos para o lançamento da operação militar especial.