Os Estados Unidos estão analisando brechas para usar US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,5 trilhão) em ativos russos congelados, a maioria dos quais estão na Europa, para financiar a Ucrânia. A informação foi dada nesta quarta-feira (4) pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
"São cerca de US$ 300 bilhões, a maior parte dos quais está na Europa, não nos Estados Unidos. Portanto estamos analisando que formas podemos usar, nós e os europeus, para acessar esses ativos", disse Blinken, em coletiva durante um evento na Universidade do Texas.
Nesta semana, Washington congelou a ajuda militar a Kiev, por falta de fundos. O congelamento é fruto da aprovação da resolução orçamentária temporária que estendeu o financiamento do governo por 45 dias, até o dia 17 de novembro, quando um novo orçamento deve ser aprovado.
O orçamento temporário não incluiu verba para Kiev, e não há garantias de que a Ucrânia esteja acomodada no novo orçamento a ser aprovado pelo Congresso americano. Isso porque parlamentares americanos vêm divergindo sobre manter o financiamento ao regime de Kiev.
A maioria dos parlamentares contrários a manter o financiamento são do Partido Republicano. Os democratas, por sua vez, tentam desesperadamente convencer seus colegas a manterem a ajuda à Ucrânia, uma vez que o presidente americano, Joe Biden, apostou todas as fichas em Kiev no conflito ucraniano. E sem a ajuda bilionária ocidental, analistas apontam a derrota inevitável da Ucrânia no conflito com a Rússia.
A ajuda a Kiev não é criticada apenas no Congresso, mas também pela população americana. Nesta quarta-feira, manifestantes protestaram em frente ao Capitólio para exigir que o governo pare de fornecer armas e dinheiro à Ucrânia. Os manifestantes afirmaram que os Estados Unidos estão estimulando o conflito na Ucrânia ao enviarem para lá milhares de armas, e ressaltaram que as hostilidades foram motivadas pelo fato de o regime de Kiev não ter implementado os acordos de Minsk, enquanto a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) seguia se expandindo pelo continente europeu.
Dados do orçamento americano apontam que Washington já enviou US$ 78,8 bilhões (R$ 406,19 bilhões) ao regime de Kiev e ainda tem cerca de US$ 7 bilhões (R$ 36 bilhões) restantes para enviar. Segundo os ativistas, esse dinheiro seria melhor alocado para a saúde pública.