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Mídia: saída de McCarthy prevê mais turbulência nos EUA enquanto paralisação do governo se aproxima

A remoção do líder republicano acentua a crise política na Câmara que, sem liderança, corre o risco de paralisar o governo ou de não destinar recursos suficientes para a Ucrânia.
Sputnik
De acordo com a Bloomberg, a destituição de Kevin McCarthy do cargo de presidente da Câmara dos Representantes dos EUA mergulhou o Congresso em uma luta interna pelo poder. Diante de prazos importantes para evitar uma paralisação do governo e aprovar a ajuda à Ucrânia, republicanos e democratas travam uma queda de braços pela liderança da Casa prevista para 11 de outubro.
McCarthy perdeu seu posto de liderança depois que os radicais de seu próprio partido se revoltaram por causa de seu compromisso com os democratas. No entanto, o congressista, que não pretende concorrer novamente à presidência da Câmara, culpou os democratas pela crise política, afirmando ainda que não pensou em renunciar ao Congresso.
Após uma votação de 216-210, o deputado Patrick McHenry assumiu como presidente interino até a eleição para um substituto permanente.
Ainda segundo a mídia, a luta pelos gastos do governo revelou as profundas divisões entre os republicanos que são leais ao ex-presidente Donald Trump e os membros mais moderados, uma batalha que atormentou McCarthy, tal como o seu antecessor republicano no cargo, Paul Ryan.
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"Não me arrependo de ter negociado", disse McCarthy. "Não me arrependo dos meus esforços para construir coligações e encontrar soluções."
A crise preocupou o mercado em todo o mundo sobre a disfunção em Washington. A Moody’s Investors Service Inc., a única grande empresa de classificação de crédito que ainda atribui aos Estados Unidos uma classificação superior, alertou no final de setembro que a confiança nos EUA está vacilando devido à governança do país.
A Goldman Sachs afirmou em uma análise para clientes que a saída de McCarthy aumenta o risco de uma paralisação do governo no próximo mês e pressiona ainda mais seu sucessor quanto a um pacote de financiamento temporário ou adicional para a Ucrânia.
A medida provisória de financiamento que evitou a paralisação deu aos legisladores um prazo apenas até 17 de novembro para propor uma substituição mais duradoura. Ocorre, no entanto, que o prazo parece mais curto, já que será atravessado pela eleição para presidente.
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Steve Scalise, de Louisiana, tem sido o segundo nome republicano na Câmara e tem feito ligações para alguns membros, de acordo com duas pessoas familiarizadas com suas atividades ouvidas pela Bloomberg.
A turbulência de terça-feira (3) é apenas a mais recente convulsão política para os republicanos. O atual líder presidencial do partido, Donald Trump, está enfrentando um caso de fraude civil em um tribunal de Nova York, trazendo ainda mais caos ao debate entre seus rivais sobre sua indicação à disputa pela presidência do país.
McCarthy teve o mandato mais curto da casa e assumiu, após 15 rodadas de votação, apenas sob a condição de que qualquer membro pudesse apresentar uma moção para removê-lo de seu cargo a qualquer momento.
Mesmo quando se recusou a ceder aos elementos mais conservadores do seu partido, McCarthy manteve o seu partidarismo combativo e não poupou esforços ao criticar publicamente os democratas no fim de semana passado por suas demandas de gastos. Os democratas também ficaram irritados quando ele permitiu que o impeachment do presidente Joe Biden avançasse, o que fez com que nenhum democrata votasse para resgatá-lo na terça-feira.
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