Nesta quarta-feira (4), o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, deve anunciar planos para as mudanças regulatórias em um fórum que reunirá ministros e representantes empresariais, relata o Nikkei Asia.
No evento, serão apresentadas medidas fiscais e orçamentais para promover o investimento interno e uma peça central de um pacote de estímulo que deverá ser lançado no final deste mês.
As mudanças, que podem ocorrer já em dezembro, abrangerão áreas relevantes para a segurança econômica, como semicondutores, baterias e biotecnologia, escreve a mídia.
As instalações de fábricas para semicondutores requerem grandes extensões de terra, bem como abastecimento de água limpa. Embora o iene esteja fraco e a procura de cadeias de abastecimento estáveis estejam a atrair a produção de volta para o Japão, a oferta de potenciais locais que possam satisfazer esses requisitos é limitada, ressalta o jornal asiático.
Atualmente, uma lei japonesa para promover o investimento regional permite exceções limitadas à proibição geral do desenvolvimento em "áreas de controle de urbanização", como florestas e terras agrícolas.
As administrações locais estão autorizadas a aprovar a construção de alguns tipos de instalações, incluindo armazéns de alimentos, centros de dados e "fábricas" internas, mas o governo planeja rever os regulamentos para adicionar à lista fábricas de bens estrategicamente importantes.
Isto dará às autoridades locais mais flexibilidade para atrair tais instalações, caso não vejam problemas do ponto de vista da revitalização regional ou do ponto de vista ambiental.
Ao mesmo tempo, a TSMC de Taiwan, a maior fabricante de chips do mundo, está construindo uma fábrica de chips na província de Kumamoto, no sudoeste do Japão, e as autoridades locais da área pressionam para que as restrições ao uso da terra sejam atenuadas.
O tempo necessário para aprovar o desenvolvimento de terras agrícolas, por exemplo, deverá ser reduzido de um ano para cerca de quatro meses após a conversa entre governo e representantes empresarias.
A "guerra dos semicondutores", capitaneada pelos Estados Unidos e patrocinada pelo Japão e Países Baixos para conter o avanço tecnológico e bélico da China tem ganhando maior atenção de Tóquio uma vez que muitas empresas estão se dirigindo ao território japonês para criarem novas fábricas ou impulsionar as existentes.