Panorama internacional

'Jogo de empurra': Suécia decide condicionar envio de caças para Ucrânia ao ingresso sueco na OTAN

Estocolmo afirma que, por razões de segurança interna, precisaria tornar-se membro da OTAN antes de poder potencialmente poupar quaisquer aviões de combate para enviá-los a Kiev. Situação envolve diretamente Estados Unidos e Turquia.
Sputnik
Nesta sexta-feira (6), o governo sueco anunciou um novo pacote de assistência de segurança para a Ucrânia que incluía detalhes em relação a uma "tarefa" que os militares do país analisaram "sobre as condições para fortalecer" as forças de Kiev com caças Gripen.
"Um fator importante nesta análise é o treinamento de orientação nos caças Gripen que os pilotos ucranianos e o pessoal de terra completaram sob a direção das Forças Armadas suecas", que, dizia o comunicado, "deve também informar sobre as condições para um possível apoio dentro do âmbito internacional da coalizão de F-16", referindo-se à coalizão de nações ocidentais que se comprometeu a treinar os pilotos e outro pessoal de Kiev.
Em última análise, observou hoje (6) o ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, "o apoio para os Gripen estaria condicionado à adesão da Suécia à OTAN", segundo o Business Insider.
Jonson disse que o relatório dos Gripen será apresentado no início de novembro, quando o comandante supremo militar, general Micael Bydén, apresentar sua recomendação para o próximo projeto de lei de Defesa do país.
"Precisamos conceber o nosso apoio para que seja sustentável e de longo prazo. Agora é importante que mais países se prontifiquem a apoiar a Ucrânia", acrescentou Jonson.
Mesmo que a Suécia decida enviar os caças para a Ucrânia, levarão muitos meses até que eles realmente cheguem ao campo de batalha, relata a mídia. Outros aspectos do mais recente pacote de assistência à segurança de Estocolmo – como projéteis de artilharia de 155 mm e peças sobressalentes para o veículo blindado de combate CV-90 – estão mais focados no futuro imediato.
O novo pacote de ajuda militar será o 14º da Suécia à Ucrânia desde o começo do conflito, elevando o valor total da ajuda do país nórdico para pouco mais de US$ 2 bilhões (R$ 10,3 bilhões).
Panorama internacional
Erdogan diz que apoiará adesão da Suécia na OTAN se UE abrir as portas para Turquia
Outra questão que se põe é o jogo de "toma lá da cá" entre países e seus interesses internos. A Turquia, principal membro da OTAN a barrar a entrada da Suécia, diz que só vai permitir o ingresso do país escandinavo na aliança se os Estados Unidos liberarem os caças F-16 para Ancara e se a União Europeia abrir as portas para arrastada adesão turca ao bloco europeu.
Já Washington, diz que a liberação dos caças só acontecerá se a Turquia der luz verde para Suécia na OTAN. Agora, Estocolmo exige a entrada na aliança militar para enviar caças à Ucrânia.
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