A principal linha de investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro é a de que o atentado teria ocorrido pelo fato de uma das vítimas, o médico Perseu Ribeiro Almeida, ter sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, um dos principais chefes do grupo paramilitar de Rio das Pedras, na Zona Oeste da capital fluminense.
Taillon é suspeito de ter relação com o assassinato de Luís Paulo Aragão Furtado, traficante do Comando Vermelho conhecido como Vin Diesel, no dia 16 de setembro.
Furtado seria integrante do grupo de Philip Motta Pereira, o Lesk, que tomou o controle da Gardênia Azul para o Comando Vermelho no início do ano. Ambos, que eram da milícia dessa região, migraram para a facção criminosa.
Antes de se unir ao Comando Vermelho, Lesk liderava o grupo chamado de "Equipe Sombra", suspeito de ter sido responsável pelo atentado à vida dos três médicos.
Corpos dos suspeitos foram encontrados
A polícia do Rio de Janeiro encontrou na madrugada desta sexta-feira (6) os corpos dos suspeitos de terem cometido os assassinatos no quiosque da Barra da Tijuca.
Três estavam dentro de um carro na rua Abrahão Jabour, próximo ao Riocentro, e outro estaria em um veículo na avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, na Gardênia Azul.
O erro dos integrantes da Equipe Sombra teria gerado um mal-estar na cúpula do Comando Vermelho por se tratar da morte de três inocentes, um deles irmão de uma deputada federal, Sâmia Bomfim (Psol-SP).
A cúpula, que realiza chamadas de videoconferência de dentro do presídio Bangu 3, segundo a GloboNews, teria ordenado o julgamento dos assassinos por um "tribunal do crime".
Os suspeitos teriam sido levados ao Complexo da Penha, onde teriam sido julgados, condenados, torturados e mortos a tiros.
Além de Lesk, outro corpo encontrado pelos policiais já foi identificado como sendo Ryan Nunes de Almeida, o "Ryan".
Os outros dois mortos ainda não foram identificados, mas a polícia já confirmou não se tratar dos outros dois suspeitos de terem participado do atentado, Bruno Pinto Matias, o Preto Fosco, e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW, que teriam conseguido fugir do tribunal.
Criminosos já estavam sendo monitorados pela polícia
A Equipe Sombra já estava sob investigação de uma força-tarefa da Polícia Civil por ser suspeita de cometer outros assassinatos na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A região atualmente vive uma guerra entre facções criminosas, que lutam pelo controle do local.
O carro utilizado pelos criminosos, um Fiat Pulse Branco, já era conhecido dos investigadores por ter sido utilizado em outros atentados.