O ministro da Agricultura polonês, Robert Telus, deu um ultimato à Ucrânia nesta sexta-feira (6), exigindo a retirada da queixa protocolada por Kiev contra a Polônia na Organização Mundial do Comércio (OMC) relativa ao embargo a grãos.
Em 18 de setembro, a Ucrânia acionou a OMC contra Polônia, Eslováquia e Hungria por conta da decisão dos países de manter o embargo aos grãos ucranianos. Posteriormente, o vice-ministro da Economia ucraniano, Taras Kachka, informou que a queixa havia sido suspensa.
No entanto, nesta sexta-feira, em entrevista à rádio polonesa RMF24, Telus afirmou que a medida não é o suficiente e exigiu a retirada total da queixa, como contrapartida à melhoria nas relações entre os dois países, aliados cuja relação vem se acirrando nas últimas semanas.
"Não sabemos o que significa a suspensão da apreciação da queixa. Exigimos que a queixa seja retirada porque é infundada e absurda", disse Telus.
O ministro também expressou perplexidade em relação às queixas de Kiev sobre o desejo de Varsóvia de ajudar os agricultores poloneses.
"Como pode o governo ucraniano apresentar uma queixa contra a Polônia porque o governo polonês está ajudando um agricultor polonês?", questionou Telus.
A relação da Ucrânia com a Polônia, uma importante aliada de Kiev, vem se deteriorando. O imbróglio teve início no dia 15 de setembro, quando a Comissão Europeia decidiu suspender o bloqueio à importação de grãos ucranianos em países fronteiriços da União Europeia. No mesmo dia, Polônia, Hungria e Eslováquia anunciaram que não iriam cumprir a determinação da comissão.
Dias depois, o primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, informou que iria suspender o envio de armas à Ucrânia para priorizar o aparato bélico polonês. E recentemente a Polônia se juntou aos países da comunidade internacional que reprovaram a homenagem ao veterano nazista ucraniano no Parlamento do Canadá.