Panorama internacional

Suíça quer pagar refugiados ucranianos para retornarem ao país de origem, diz mídia

Mais de 13 milhões de ucranianos já deixaram o país desde fevereiro de 2022, quando teve início a operação militar especial russa. Quase 8 milhões vivem em diversos países da Europa, em condições precárias — 50% estão desempregados. Em vez de traçar uma política pública para enfrentar a situação, a Suíça tem um projeto polêmico em andamento.
Sputnik
A Secretaria de Estado para Migração (SEM) suíça discute um projeto para pagar determinada quantia por pessoa para que os refugiados ucranianos retornem voluntariamente ao país de origem, de acordo com informações do site Swissinfo.

"Estamos considerando a possibilidade de fornecer assistência financeira inicial para motivar as pessoas a não esperarem até o prazo de partida. As quantias especificadas variam de 1 mil a 4 mil francos suíços [R$ 5.670 a R$ 22.690]", afirma a publicação.

O valor, por pessoa, é avaliado pelo plano para refugiados ucranianos 2024–2025. A expectativa, conforme o projeto, é que cerca de 70 mil pessoas retornem para a Ucrânia, ainda em conflito.
A publicação ainda afirma que "as autoridades suíças temem que os 14 mil restantes não deixem o país", e, por isso, seria "necessário fazer o possível para incentivar a partida voluntária".
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Mais de 65 mil regularizados

Conforme a secretaria, até agosto pouco mais de 65 mil ucranianos estavam regularizados para viver na Suíça, com direito de trabalhar e a seguro de saúde, podendo ter também educação para crianças nas escolas e o direito de se deslocar livremente dentro do país e para o exterior.
No início deste mês, a mídia local começava a ventilar os planos do governo suíço de "se livrar rapidamente" dos refugiados ucranianos. As autoridades haviam negado essas informações.

Jogo de empurra

A recente crise migratória trouxe de volta a divisão entre os europeus e o antigo jogo de empurra de país para país, um problema que não parece ter fim.
Um dos países mais afetados é a Itália, que só em setembro recebeu sete mil refugiados na ilha de Lampedusa, que tem pouco mais de seis mil habitantes.
A primeira-ministra do país, Giorgia Meloni, chegou a falar do abandono pelos demais membros da União Europeia, na Assembleia Geral da ONU, e ainda pediu uma "guerra global" contra o tráfico humano, que se aproveita do desespero das pessoas para lucrar.
Além da Itália, Grécia e Espanha pedem uma divisão mais justa dos refugiados entre os países do bloco, o que é rejeitado pelos demais. A França chegou a sugerir a deportação para a África de pessoas que não possuem os requisitos necessários para visto de asilo por perseguição sexual, religiosa ou política.
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