Panorama internacional

Venezuela chama Guiana de 'país subalterno' após recusa de reunião com Maduro

Após a Guiana negar uma reunião proposta no último sábado (30) pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, Caracas emitiu um comunicado direto, chamando o país vizinho de "arrogante e hostil".
Sputnik
O motivo do encontro seria para resolver a antiga controvérsia territorial de Essequibo, uma região de 160.000 km² rica em recursos naturais. As reservas de petróleo em frente ao litoral venezuelano estão no centro das tensões.

"A Guiana mais uma vez se mostra um governo subalterno, refém da transnacional ExxonMobil, que a proíbe de retomar o diálogo soberano com a Venezuela. A posição arrogante e hostil da Guiana, negando o diálogo e a diplomacia, é o maior obstáculo para alcançar uma solução", disse em um comunicado a chancelaria venezuelana segundo o UOL.

A mídia recorda que a disputa, que remonta ao século XX, foi revivida em 2015 quando a norte-americana ExxonMobil encontrou reservas de petróleo em frente ao litoral do país. As licitações petrolíferas iniciadas recentemente pelo governo guianês nas águas em disputa aumentaram ainda mais as tensões.
A negativa do governo da Guiana para encontrar Maduro se deve ao fato de considerar que a via para resolver a disputa é a Corte Internacional de Justiça, que trata do tema desde 2018, quando o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lhe delegou o caso após mais de duas décadas de negociações sem "avanços significativos".
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Em resposta a Caracas, Georgetown disse que "não participará de nenhuma evasão" da Corte Internacional de Justiça.
Pouquíssimos venezuelanos conhecem o Essequibo, uma vez que para visitar essa localidade saindo da Venezuela é preciso passar pelo estado brasileiro de Roraima, entrar na Guiana para então chegar ao território que suscita a disputa binacional.
Por sua vez, a Guiana incluiu o Essequibo dentro dos seus limites na Constituição de 1980, considerando o território de sua soberania.
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Nos últimos anos o país vem despontando economicamente na região com a exploração de jazidas de petróleo. A estimativa é que chegue a produzir até 750 mil barris de petróleo até o ano 2025. Enquanto isso a Venezuela tenta reativar seu parque industrial petroleiro, abalado pela falta de manutenção e pelas sanções impostas principalmente pelos Estados Unidos.
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