"Queremos que a comunidade internacional ponha fim às atrocidades em Gaza, contra o povo palestino, nossos locais sagrados como [a mesquita de] Al-Aqsa. Todas essas coisas são a razão por trás do início desta batalha", disse o representante do movimento Hamas, Khaled Qadomi, à Al Jazeera após os ataques.
Na manhã de sábado (7), o movimento palestino Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza. O Exército israelense relatou mais de 3.000 foguetes disparados do enclave e a infiltração de dezenas de palestinos armados nas áreas da fronteira sul de Israel. Segundo a assessoria de imprensa do governo, mais de 100 sequestrados, 2.000 feridos e 600 mortos são vítimas dos atentados.
A crise na Faixa de Gaza — um território sob constante tensão militar — tomou novas proporções neste domingo (8), após a divulgação da decisão do gabinete político-militar israelense de declarar formalmente o estado de guerra.
De acordo com o professor Efraim Inbar, presidente do Instituto de Estratégia e Segurança de Jerusalém, os ataques do Hamas são resultado de uma falha de inteligência.
"Acho que testemunhamos uma clara falha da inteligência. Isso provavelmente será investigado depois da guerra. Foi uma grande surpresa para Israel ontem. Pagamos caro por sermos surpreendidos", afirmou Inbar à Sputnik.
De acordo com o especialista, os últimos acontecimentos levaram, até certo ponto, "à erosão da dissuasão de Israel" e, por esta razão, o país precisa se colocar de forma firme agora.
"[...] Israel está indo até às últimas consequências, a fim de restaurar a sua dissuasão, a fim de deixar claro a todos os seus inimigos na região que ainda é um país muito forte, capaz de cobrar um custo elevado a qualquer um para corrigir isso", pontuou.
O professor disse ainda que é pouco provável que os sauditas se desviem muito do consenso árabe, apesar de algumas diferenças. "Basicamente, nem a Arábia Saudita, nem o Egito, nem a Jordânia, nem os países do Golfo. Eles não têm muito amor pelo Hamas", destacou Inbar.