Os comandos ucranianos falharam em três ocasiões em ganhar uma posição em Energodar, a cidade na região russa de Zaporozhie, onde está localizada a maior usina nuclear da Europa, admitiu o chefe da inteligência militar de Kiev.
O chefe da Direção Principal de Inteligência (GUR, na sigla em ucraniano), Kirill Budanov, do Ministério da Defesa da Ucrânia, e outros envolvidos nas operações fracassadas, foram citados em um artigo publicado no domingo (8) pelo NV.
A primeira tentativa de tomada de controle do território em Energodar, ocorrida em agosto de 2022 segundo o veículo, envolveu comandos cruzando o reservatório de água de Kakhovka em lanchas civis. O esforço mais recente foi uma grande operação envolvendo centenas de soldados, incluindo combatentes estrangeiros.
Budanov e os seus subordinados explicaram que as tropas do GUR foram repelidas pelas forças russas em todas as ocasiões, mas alegaram que os fracassos tinham algum valor. As tropas e planejadores sobreviventes ganharam experiência em operações anfíbias, que desde então têm sido usadas para atacar a Crimeia, disseram.
Entretanto, o objetivo global de Kiev de impedir a Rússia de fornecer eletricidade gerada pela usina de Zaporozhie à região foi alcançado graças a espiões, segundo fontes ucranianas.
Autoridades russas relataram várias tentativas ucranianas de tomar Energodar no ano passado, a maior das quais ocorreu em meados de outubro. Kiev mobilizou 37 lanchas para o ataque anfíbio e perdeu cerca de 90 soldados na retaliação russa, disseram na época. As pessoas na região de Zaporozhie, anteriormente parte da Ucrânia, votaram pela adesão à Rússia em setembro de 2022.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o órgão de vigilância nuclear da ONU, tem alertado repetidamente sobre os riscos que as hostilidades perto da usina de Zaporozhie podem representar para a sua segurança. Não conseguiu mediar um acordo entre a Rússia e a Ucrânia para uma zona de proibição de combate em torno do Energodar.
Na semana passada, comandos ucranianos foram aniquilados ou capturados durante um desembarque na Crimeia, depois de as suas embarcações terem sido atacadas por aviões de guerra russos. O serviço de segurança russo, o FSB, afirmou que os sobreviventes afirmaram que o objetivo da operação era filmar tropas segurando uma bandeira ucraniana em solo russo.