Um gasoduto submarino e um cabo de telecomunicações que conectam a Finlândia e a Estônia sob o mar Báltico foram danificados no que pode ter sido um ato deliberado, disse o governo finlandês nesta terça-feira (10).
O gasoduto começou a vazar no fim de semana na zona econômica exclusiva filandesa, e pessoas familiarizadas com o assunto disseram hoje (10) que a investigação está apurando um possível caso de sabotagem, segundo a Bloomberg.
O presidente, Sauli Niinisto, disse que o vazamento foi causado por uma "fonte externa".
"É provável que os danos tanto no gasoduto como no cabo de comunicação sejam o resultado de atividades externas. A causa dos danos ainda não está clara, a investigação continua em cooperação entre a Finlândia e a Estônia", disse Niinisto em um comunicado.
Já o primeiro-ministro, Petteri Orpo, disse que aumentará a segurança do país em infraestruturas críticas, mas garantiu que o fornecimento de energia da Finlândia permaneceu estável e que os danos ao cabo de telecomunicações não afetaram a conectividade geral do país.
"Faz sentido aumentar a nossa segurança de abastecimento e proteger infraestruturas críticas. O sábio se prepara. Se algo assim, até agora inexplicável, acontecer, então também poderá acontecer novamente", afirmou Orpo acrescentando que "é muito cedo para tirar conclusões sobre quem ou o que causou os danos".
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que a aliança estava compartilhando a sua informação sobre os danos e está pronta para apoiar os aliados envolvidos. A Finlândia aderiu à aliança militar em abril, enquanto a Estônia é membro desde 2004.
O gasoduto dica entre Inkoo, na Finlândia, e Paldiski, na Estônia, atravessa o golfo da Finlândia, um braço do mar Báltico que se estende para leste em águas russas e termina no porto de São Petersburgo.
Em 2022, os maiores gasodutos Nord Stream que atravessam o mar Báltico entre a Rússia e a Alemanha foram danificados por explosões que as autoridades consideraram atos deliberados de sabotagem.
Apesar de claramente ter sido um ato de sabotagem, as investigações na ONU não avançaram e até hoje Moscou pede respostas daqueles que deveriam investigar quem foram os responsáveis.
Entretanto, no último dia 27, o Kremlin, através de seu porta-voz, Dmitry Peskov, disse que o ataque terrorista aos gasodutos foi, de alguma forma, organizado pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, conforme noticiado.