De acordo com o jornal O Globo, com a liberalização do intercâmbio de bens para país mais populoso do mundo, o atual fluxo de comércio brasileiro com os indianos dobraria, no mínimo, dos atuais US$ 15 bilhões (R$ 76,5 bilhões) para US$ 30 bilhões (R$ 153 bilhões) até 2030. A soma pode chegar a US$ 50 bilhões (R$ 255 bilhões), se for incluído o comércio de serviços.
"Já estão ocorrendo consultas informais entre o governo e setor privado do Brasil com autoridades e empresários indianos. […] Vendemos apenas 2% do total de nossas exportações ao país mais populoso do mundo e o Mercosul, 2,7%. Nosso comércio com a Índia está muito abaixo do potencial que existe", disse Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, à mídia.
A perspectiva do governo brasileiro é, além de trabalhar a proposta com os outros países-membros do Mercosul (Uruguai, Paraguai e Argentina), ter tudo pronto até dezembro, quando acontecerá a reunião de presidentes do bloco na capital Brasília.
O jornal recorda que, em 2009, entrou em vigor um pequeno acordo entre Nova Deli e o bloco sul-americano, que não tem eliminação de tarifas e envolve apenas 450 dos cerca de dez mil itens que poderiam ser contemplados.
No caso específico do Brasil, as exportações para o mercado indiano estão concentradas em poucos produtos: soja, petróleo e ouro responderam por 80% do total de vendas para o país em 2022.
"O Brasil pode ser um supridor importante de produtos para os indianos, como alimentos, máquinas e equipamentos, aeronaves, entre outros", acrescentou a secretária.
Em um levantamento feito pelo governo brasileiro, ficou claro o largo tamanho das barreiras para as exportações de produtos brasileiros que têm a Índia como destino. A tarifa de importação de frango, por exemplo, é de 100%. De carne suína 30%, de milho 50% e de café de 53% a 100%.