O porta-voz da organização, Tommaso Della Longa, afirmou à Sputnik que a situação é preocupante.
"Ainda temos algumas reservas [...]. O problema é que quanto mais durar esta violência armada, mais as necessidades crescerão e mais rapidamente ficaremos sem reservas", informou.
Para além da instalação de um corredor humanitário, o porta-voz defende "uma trégua de algumas horas", o que permitiria entrar no território com ajuda. Os bloqueios a itens básicos de sobrevivência já foram condenados pela Organização das Nações Unidas (ONU). O número de mortos em Israel e na Faixa de Gaza já passa de 2,3 mil.
Pelo menos 100 pessoas, entre civis e militares, também foram feitas de reféns e são mantidas em cativeiro na região. A guerra foi iniciada no último sábado (7), quando milhares de mísseis do movimento Hamas conseguiram driblar o sistema de defesa israelense e atingiram diversas cidades na fronteira sul de Israel. Em resposta, o país lançou a operação Espadas de Ferro, para a qual já foram convocados mais de 380 mil reservistas.
Catástrofe humanitária
Na terça-feira (10), o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, disse que a Faixa de Gaza vive uma catástrofe humanitária diante dos ataques que não param. Segundo ele, mais de 180 mil pessoas já foram obrigadas a deixar suas casas. A população vive em um território com alta densidade demográfica e muitos em situação de pobreza por conta do bloqueio israelense em vigor desde 2007 — o país controla as fronteiras por mar, terra e ar.
O conflito entre palestinos e israelenses no Oriente Médio se estende há décadas. Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou pela criação de dois Estados — um judeu e um árabe. Porém só o de Israel foi oficializado, em 14 de maio de 1948, levando Egito, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque a começarem uma guerra contra ele.
Uma das causas do atual conflito é o aumento das colônias israelenses no território da Cisjordânia, de maioria palestina, ocupações que foram criadas depois da Guerra dos Seis Dias (1967).
Em 29 de novembro de 2012, a Palestina recebeu o status de Estado observador nas Nações Unidas, evento que é amplamente considerado o reconhecimento de fato do Estado palestino pela comunidade internacional.