De acordo com o Financial Times (FT), a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, alertou o Irã que nada está "fora de questão" caso Teerã esteja ligada aos ataques de militantes radicais desta semana a Israel.
Em conferência de imprensa nesta quarta-feira (11) em Marraquexe, Yellen disse que os Estados Unidos estão "constantemente analisando" a sua política de sanções contra o Irã, o Hamas e o Hezbollah. Segundo ela, Washington estaria "usando a informação disponível" para ajustar a sua abordagem, já que condenou o ataque a Israel nos "termos mais fortes possíveis".
"Eu não tiraria nada da mesa em termos de possíveis ações futuras, mas certamente não quero avançar sobre onde estamos nesse aspecto", disse ela a repórteres quando questionada sobre uma possível resposta dos EUA sobre os US$ 6 bilhões (cerca de R$ 30,3 bilhões) em ativos petrolíferos iranianos congelados recentemente liberados para Teerã.
Durante as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial na quarta-feira (11), Yellen disse ainda que os fundos "não foram tocados" e permanecem no Catar para serem usados exclusivamente para fins humanitários.
Na terça-feira (10), o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que o Irã era "cúmplice neste ataque" como apoiador do Hamas, mas disse não ter tido qualquer confirmação sobre o envolvimento direto de forças de Teerã na crise.
Enquanto os números de vítimas do conflito aumentam tanto em Gaza quanto em Israel, os comentários de Yellen só aumentam a pressão sobre a posição norte-americana diante da guerra Hamas-Israel e da possível ajuda militar que Washington estaria disposta a oferecer.
Críticos da abordagem da administração Biden em relação a Teerã dizem que o país tem sido negligente na aplicação de sanções petrolíferas como parte dos seus esforços para regressar às negociações com o Irã sobre o seu programa nuclear, o que Yellen nega. Segundo ela, os Estados Unidos "não relaxaram de forma alguma as nossas sanções ao petróleo iraniano e temos sanções ao Hamas e ao Hezbollah".
Ainda segundo o FT, a chefe do Tesouro também sublinhou que o seu foco neste momento está nos "seres humanos que foram afetados por estes ataques bárbaros a Israel", mas observou que está monitorando o potencial impacto econômico da crise.