Nesta quinta-feira (12), o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que o Irã é responsável por ajudar o Hamas crescer a ponto de lançar o ataque do fim de semana passado a Israel.
"Embora não tenhamos provas concretas de que o Irã apoiou operacionalmente este ataque covarde, é claro para todos nós que sem o apoio iraniano, Hamas nunca teria sido capaz de lançar este ataque sem precedentes", disse o chanceler citado pela Reuters.
Em discurso ao parlamento alemão, Scholz disse que o seu governo vai proibir toda a angariação de fundos e outras atividades de apoio ao Hamas, incluindo ser visto a glorificar as suas ações ou a exibir os seus símbolos.
"As declarações exultantes do topo do regime iraniano e de alguns outros funcionários do governo na região são abomináveis. A liderança em Teerã mostra a sua verdadeira face sem vergonha e, assim, confirma o seu papel em Gaza", acrescentou a autoridade alemã.
A República Islâmica celebrou o ataque do Hamas, mas negou que Teerã estivesse por trás deles.
Ontem (11), fontes da Inteligência dos Estados Unidos disseram que as lideranças sabiam que um movimento maior estava acontecendo, mas foram também pegos de surpresa por não terem sido informados sobre "quando e como" o ataque aconteceria, conforme noticiado.
O sofrimento dos civis na Faixa de Gaza provavelmente piorará, "mas isso também é culpa do Hamas e do seu ataque a Israel", disse Scholz, ao mesmo tempo que criticou o que disse ser o "silêncio vergonhoso" do presidente palestiniano Mahmoud Abbas, cujo o movimento Fatah, baseado na Cisjordânia, é rival do Hamas.
Scholz anunciou a proibição do Samidoun, um grupo ativista internacional que afirma apoiar prisioneiros palestinos nas prisões israelenses, mas que as autoridades alemãs afirmam promover discursos de ódio e apelar à destruição de Israel. Berlim também suspendeu a ajuda à Palestina e aguarda revisão.
Irã e Arábia Saudita conversam
O premiê Mohammed bin Salman (MBS) da Arábia Saudita, discutiu a guerra entre Israel e Hamas em um telefonema com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, em uma primeira conversa deste tipo entre os dois líderes que normalizaram as relações no início deste ano.
De acordo com a Bloomberg, MBS "ressaltou a posição inabalável do seu país na defesa da causa palestina" e o apoio à paz abrangente durante a ligação. Os dois líderes "enfatizaram a unidade do mundo islâmico", acrescentando que "consideraram os crimes do regime sionista e a luz verde dos EUA a causa da insegurança destrutiva", relata a mídia.
Por sua vez a Rússia, através de sua chancelaria e pela declaração feita ontem (11) pelo presidente Vladimir Putin, pede a Israel e à Palestina que cessem as hostilidades e retornem à mesa de negociações.
Israel pede ajuda à China sobre Irã
A embaixadora de Israel na China, Irit Ben-Abba, apelou a Pequim para utilizar sua estreita relação com o Irã para controlar o Hamas, dizendo que o gigante asiático precisava estar envolvido em diálogos sobre o conflito.
"Esperamos realmente que a China possa estar muito mais envolvida nos diálogos com os seus parceiros próximos no Oriente Médio, e, particularmente, no Irã. O Irã está definitivamente muito envolvido no que aconteceu", afirmou Ben-Abba à mídia nesta quinta-feira (12).
Zhai Jun, enviado especial de Pequim para questões do Oriente Médio, deverá falar com autoridades israelenses ainda hoje (12), segundo Ben-Abba. Isto marcará o primeiro contacto público da China com os israelenses desde o início do conflito.
De acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhai Jun pressionou ontem (11) por um cessar-fogo em um telefonema com um funcionário de relações exteriores da Autoridade Palestina.
A China tem razões para equilibrar as suas relações em ambos os lados do conflito. Mais de metade das exportações de Tel Aviv para Pequim são componentes elétricos, incluindo microchips. Esse comércio com Israel é crucial, uma vez que os Estados Unidos instam os seus parceiros a implementar restrições ao acesso de Pequim à tecnologia de ponta.