"Para um país que está procurando alternativas para conseguir dólares, se esse metal permitir a aquisição dessa moeda via exportação, a iminente crise do balanço de pagamentos da Argentina fica mais distante, e isso dá ao país tempo de rearranjar suas contas públicas", disse o economista.
"Pela Constituição argentina, as reservas de lítio são controladas pelas províncias, e não pelo governo federal. Para mudar isso, demandaria um acordo político muito grande, o que não parece ser a iniciativa do governo deste momento, tampouco será uma iniciativa depois das eleições, não importa qual dos favoritos seja eleito", explicou Nascimento também em declaração à Sputnik Brasil.
"Com relação à exploração em si, parece que vai continuar no curso que está, muito em resposta a uma demanda crescente, que vem sinalizando que o investimento nessa área daria os retornos necessários. Ou seja, é uma questão que, pelo menos no momento atual, não está politizada, mas pode ser que em um momento subsequente o lítio venha a ser politizado", disse Pires.
"Se a gente analisar quais são as corporações que estão investindo mais pesado na produção dessas energias renováveis, são ainda quase as mesmas […] que investem na produção de combustíveis fósseis, ou seja, são empresas que vão continuar lucrando muito com a industrialização desses minerais — muitas delas transnacionais", ressaltou Nascimento.