De acordo com fontes ouvidas pelo jornal, a "situação é desesperadora": "Sim, eles vão morrer de fome", afirmou um diplomata sob condição de anonimato. O grupo foi abrigado em uma escola católica, e o governo brasileiro já pediu a Israel que não bombardeie o local.
Israel já avisou que não haverá luz, comida e nem mesmo água enquanto o Hamas mantiver reféns no território. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, já pediu por meio de carta que Tel Aviv crie corredores humanitários para a saída dos civis de Gaza, e também para a entrada de alimentos.
A mídia explica que os estoques de comida da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) vão durar apenas mais quatro dias. É esse alimento que chega aos brasileiros, e por isso o desespero citado pelo governo.
Os alimentos, em tempos normais, são obtidos por meio de doações, inclusive do Brasil. Na guerra, no entanto, Israel bloqueou todas as entradas ao território, e a comida não está chegando.
As condições de vida dos palestinos brasileiros que tentam viajar ao Brasil são muito diferentes das dos brasileiros que estavam em Israel, e que já estão embarcando de volta ao Brasil em voos da FAB.
Eles não são turistas, nem têm qualquer dinheiro. São pessoas pobres, que moravam em Gaza por serem também cidadãos palestinos, e que viviam já em situação de extrema dificuldade, relata o jornal.
O governo brasileiro tenta desde o começo da semana negociar com o Egito a passagem dos brasileiros pela fronteira do país árabe com Gaza. Cairo, no entanto, reluta em ajudar pois teme que milhares de palestinos passem pela fronteira, transformando-se em refugiados. Para piorar ainda mais a situação, Israel bombardeou a cidade de Rafah, por onde os brasileiros teriam que passar.