Panorama internacional

Israel diz que 'falhou' em proteger o país e alerta Hezbollah sobre 'destruição' do Líbano

Em conferência de imprensa hoje (14), conselheiro de Segurança Nacional israelense admite que país "não cumpriu sua missão" de defender o país, diz que negociação com Hamas sobre reféns está fora de questão visto que Tel Aviv prometeu "eliminar o grupo da face da Terra" e alerta o Hezbollah para destruição total do Líbano.
Sputnik
De acordo com Tzachi Hanegbi, conselheiro de Segurança Nacional do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Israel "passou mensagens" para o Hezbollah para desencorajar o grupo de se juntar ao Hamas em uma guerra contra o Estado judeu.

"Nosso objetivo é não sermos arrastados para uma guerra em duas frentes. Achamos que o Hezbollah não vai convidar à destruição do Líbano, porque não será menos do que isso se houver uma guerra lá", disse Hanegbi discursando para repórteres no quartel-general das Forças de Defesa de Israel, em Tel Aviv, segundo o The Times of Israel.

As Forças de Defesa israelenses trocaram tiros com o Hezbollah e facções palestinas aliadas no Líbano várias vezes nos últimos dias, embora os ataques retaliatórios tenham permanecido de alcance limitado. Pelo menos quatro soldados das FDI, três soldados do Hezbollah e cinco palestinos foram mortos nas trocas, de acordo com a mídia.
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Hanegbi também disse que não há esforços de negociação ativos em andamento para repatriar os israelenses sequestrados pelo Hamas no sábado passado (7), afirmando que "não há como negociar neste momento".

"Israel não manterá negociações com um inimigo que prometemos eliminar da face da Terra", disse o conselheiro.

Confirmando que cerca de 150-200 reféns israelenses estão detidos na Faixa de Gaza, Hanegbi disse que o governo, oito dias após a sua captura, ainda não sabe quem são todos eles e o seu estatuto.
A autoridade acrescentou que o objetivo de guerra do gabinete é remover o Hamas do controle militar e político da Faixa de Gaza, mas recusou-se a elaborar os próximos passos planejados para o enclave costeiro.
Mais cedo, o premiê Benjamin Netanyahu disse que a "próxima fase está chegando" durante uma visita a soldados da infantaria israelense nas proximidades da Faixa de Gaza. Tel Aviv anunciou nesta tarde que está se preparando para "expandir a ofensiva", que incluirá ataques coordenados do ar, mar e terra.
O governo israelense tem sido criticado pelas famílias dos reféns por não partilharem informações ou mesmo iniciarem contato com eles. O representante do governo para os reféns, Gal Hirsch, disse ontem (13) que montou uma equipe para fazer a ligação com as famílias.
O porta-voz das famílias dos israelenses desaparecidos, Ronen Tzur, criticou o governo por basicamente abandonar os reféns após as declarações de Hanegbi. "Estamos aguardando clareza do governo", disse Tzur.
Ao mesmo tempo, Hanegbi reconheceu que "o Estado de Israel não cumpriu a sua missão" de proteger os seus cidadãos do ataque devastador do Hamas: "Não cumprimos a nossa missão. Ninguém pode contestar que o Estado de Israel não cumpriu a sua missão", afirmou.
Ele reconheceu ainda que foi um erro avaliar que o Hamas foi dissuadido após a Operação Guardião dos Muros de 2021, e disse que é óbvio que Israel cometeu enormes erros e falhas em manter os seus cidadãos seguros.
"É claro que é um erro meu e mostra o erro de todas essas autoridades durante muitos anos", disse.
O conselheiro ainda afirmou que as forças de segurança receberam "uma indicação horas antes" do início do ataque, mas as FDI e a Agência de Segurança de Israel Shin Bet acreditavam que não era nada perto "do que sofremos".
Ontem (13), Tel Aviv anunciou que toda a população do norte de Gaza, ou aproximadamente 1,1 milhão de pessoas, e o pessoal da ONU deveriam deslocar-se para o sul da Faixa de Gaza nas próximas 24 horas. Hoje (14), deu mais seis horas para palestinos se deslocarem e logo depois anunciou que avançaria com a operação.
Ao menos 2.269 palestinos foram mortos e 9.814 outros ficaram feridos devido aos ataques israelenses na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, informou o Ministério da Saúde palestino neste sábado (14), segundo o relatório citado pela CNN.
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