Panorama internacional

Analistas: entrada do Irã no conflito palestino-israelense causaria golpe na economia global

Se o Irã, fornecedor de armas e dinheiro para o Hamas, se envolver no conflito israelo-palestino, a economia global entrará em recessão e reduzirá a produção global, segundo um artigo da Bloomberg.
Sputnik
O conflito no Oriente Médio pode abalar o mundo inteiro, pois a região é um fornecedor de energia crucial e uma rota marítima importante. Militantes libaneses e sírios que apoiam o Hamas poderiam se juntar aos confrontos. Além disso, uma escalada mais acentuada poderia levar Israel a um conflito direto com o Irã.
Todas as possíveis consequências dependem de como a guerra se desenvolverá nas próximas semanas ou meses, ressalta o artigo.
"Quanto mais o conflito se espalhar, mais seu impacto se tornará global em vez de regional. […] O conflito no Oriente Médio pode causar abalos em todo o mundo, já que a região é um fornecedor crucial de energia e uma passagem importante para o transporte marítimo", escreveram os analistas da Bloomberg.
Os especialistas estão analisando o impacto sobre o crescimento global e a inflação em três cenários possíveis: no caso de as hostilidades ficarem em grande parte confinadas a Israel e aos territórios palestinos; no caso de conflito se espalhar para o Líbano e a Síria; e no caso de haver um confronto direto entre Israel e o Irã, ressalta a publicação.
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Com as hostilidades apenas em Israel e na Palestina, o impacto na economia global seria mínimo, principalmente se a Arábia Saudita e os Emirados Árabes compensarem os barris iranianos perdidos.
Até o momento, não há sinais de "consequências graves para a economia", disse a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, em uma entrevista na reunião anual do Fundo Monetário Internacional no Marrocos.
"É muito importante que o conflito não se espalhe", afirmou Yellen.
Se o conflito se espalhar para o Líbano e a Síria, onde o Irã também apoia grupos armados, ele se tornará uma guerra por procuração entre o Irã e Israel, de fato, e os custos econômicos aumentarão, de acordo com o artigo.
Uma escalada nesse sentido aumentaria a probabilidade de um conflito direto entre Israel e o Irã, o que provavelmente levaria ao aumento dos preços do petróleo. Os preços mais altos do petróleo também contribuiriam para a inflação global em cerca de 0,2 pontos percentuais, mantendo-a em 6%.
As tensões podem aumentar na região como um todo. O Egito, o Líbano e a Tunísia estão em estado de estagnação econômica e política. A resposta de Israel ao ataque do Hamas já provocou protestos em vários países da região. Não se pode descartar a possibilidade de uma repetição da Primavera Árabe, a onda de protestos e revoltas que derrubou governos no início da década de 2010.
O impacto econômico global nesse cenário decorre de dois choques: um salto de 10% nos preços do petróleo e uma redução de risco nos mercados financeiros semelhante ao que aconteceu durante a Primavera Árabe.
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Com um conflito direto entre Israel e o Irã, espera-se que os preços do petróleo aumentem acentuadamente e que os ativos de risco caiam, o que causará um golpe significativo no crescimento econômico, com a inflação se tornando ainda mais alta, ressaltaram os analistas de Bloomberg.
Nesse cenário, o aumento das tensões entre as superpotências exacerbaria ainda mais a situação, porque os Estados Unidos são um aliado próximo de Israel, enquanto a China e a Rússia estão estreitando os laços com o Irã.
Os preços do petróleo poderiam subir para US$ 150 por barril e o crescimento global poderia cair para 1,7%. Essa recessão vai reduzir a produção global em cerca de US$ 1 trilhão (R$ 5,05 trilhão), estima a Bloomberg.
No entanto, o conflito direto entre o Irã e Israel ainda é um "cenário improvável", observaram os analistas.
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