"Se sua opinião estiver 110% fora do padrão liberal, você será imediatamente considerado um 'putinista', um 'espião russo' ou um 'propagandista do Kremlin'", disse Peter Szijjarto.
Por causa dessa politização, se tornou impossível discutir racionalmente questões importantes e estratégicas, problemas que têm um impacto sério e de longo prazo no futuro europeu, explicou o ministro húngaro.
A Hungria está convencida de que é necessário avaliar honestamente o impacto que a adesão da Ucrânia à UE terá sobre o bloco europeu, sublinhou Szijjarto.
"Seria maravilhoso se a União Europeia pelo menos discutisse algo de forma racional e pragmática. Infelizmente, isso não é realista agora", acrescentou o ministro.
Mesmo antes dos eventos na Ucrânia, na União Europeia "era difícil ter um diálogo racional, sensato e respeitoso sobre questões importantes", mas, depois de fevereiro de 2022, "isso se tornou completamente impossível porque todos os debates são influenciados pela ideologia e pelo dogmatismo", resumiu ele.
Os líderes europeus concederam o status de candidato à Moldávia e à Ucrânia em uma cúpula em Bruxelas, no dia 23 de junho de 2022. As negociações sobre a adesão delas ao bloco devem começar assim que os dois países cumprirem uma série de condições estabelecidas no parecer da Comissão Europeia sobre o seu pedido de adesão ao bloco europeu, incluindo certas reformas políticas.