Durante a conversa com o portal, o especialista britânico apontou que a fadiga com a Ucrânia no Ocidente já havia sido notada antes da escalada do conflito israelense, e agora não haveria interesse algum nisso.
"Acho que já vimos antes sinais de fadiga com a Ucrânia – ela ocupa menos espaço nos jornais, há menos dinheiro, há menos promessas de armas – e agora a guerra do Hamas com Israel está distraindo ainda mais as pessoas", disse ele.
Durante a conversa, Nixey também admitiu que após 600 dias desde início do conflito ucraniano as pessoas no Reino Unido e na Europa começam a esquecer que o conflito ainda está decorrendo.
"Não estou dizendo que a Ucrânia foi completamente abandonada, mas temos de reconhecer com franqueza que estamos dando armas suficientes, ajuda suficiente para sobreviver, mas não o suficiente para vencer."
Assim, ele relembrou que a Alemanha recusou entregar mísseis de cruzeiro Taurus para evitar a escalada do conflito, observando que o lado alemão ainda teve bons sucessos, porque no início ela só podia entregar capacetes.
Ao mesmo tempo, James Nixey admitiu que o cenário de uma vitória completa de Kiev no conflito ucraniano está se tornando cada vez menos provável e os soldados ucranianos têm cada vez mais dificuldades.
"O mais provável é que veremos alguma forma de conflito prolongado, talvez até um conflito congelado, mas também acho que a continuação dos combates é mais provável", concluiu especialista.
As Forças Armadas da Rússia prosseguem a operação militar especial na Ucrânia, anunciada pelo presidente russo Vladimir Putin em 24 de fevereiro de 2022. Segundo o chefe de Estado da Rússia, entre os objetivos principais da operação lançada estão a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.