Uma pessoa morreu e várias ficaram feridas em uma das manifestações que vêm ocorrendo há cerca de duas semanas na Guatemala, contra ações do Poder Judiciário e do Ministério Público de impedir a posse do presidente eleito, Bernardo Arévalo. O manifestantes pedem a renúncia da procuradora-geral, Consuelo Porras.
A morte foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros Voluntários nas redes sociais e as informações são de que houve confronto entre manifestantes que bloqueavam uma das estradas e caminhoneiros insatisfeitos com a paralisação.
O Ministro do Interior, David Napoleón Barrientos, renunciou após a informação da primeira morte ocasionada pela crise.
O presidente eleito condenou a violência em sua página do X (anteriormente Twitter) e exigiu "que as autoridades garantam a segurança daqueles que manifestam pacificamente e que esse ato não fique impune".
Os manifestantes responsabilizam o Ministério Público (MP) de atentar contra a democracia, depois que promotores levaram do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os documentos originais com resultados das eleições deste ano, em 30 de setembro.
O atual presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, reuniu-se com lideranças indígenas, na última sexta-feira, mas as tensões continuaram, quando ele afirmou que não poderia atender à exigência de destituir os funcionários do Ministério Público responsáveis por pegar documentos no Tribunal.
A transição eleitoral está conturbada desde a vitória nas urnas de Arévalo. Em 24 de agosto, apenas quatro dias após vencer as eleições, ele declarou ser alvo de um plano de assassinato e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu às autoridades do país medidas cautelares de proteção ao presidente eleito e sua vice-presidente, Karen Herrera. O pedido ocorreu devido a práticas consideradas antidemocráticas por parte do MP, na tentativa de suspender o registro do partido do presidente eleito, Movimento Semente, sob a acusação de inscrição irregular, e assim impugnar sua candidatura.