Agora, com o uso da inteligência artificial, o manuscrito começou a ser traduzido e esta descoberta permitiria, segundo os especialistas, duplicar a biblioteca de textos antigos, relata o jornal O Globo.
As relíquias pertencem a um grupo de centenas de outras semelhantes que também estão carbonizadas e que foram desenterradas em 1750. Para os arqueólogos, estes escritos eram de Lúcio Calpúrnio Piso Caesonino, sogro de Júlio César.
Quem promoveu este encontro entre tecnologia de ponta e antiguidade foram os estudantes Luke Farritor, da Universidade de Nebraska, nos EUA, e Youssef Nader, da Universidade de Berlim. Após a proposta promovida em março pelo professor da Universidade de Kentucky, Brent Seales, conhecida como Desafio do Vesúvio, a dupla reconheceu de forma independente algumas das cartas do manuscrito.
Como foi entendido graças à tecnologia implementada, no coração do pergaminho está escrito: "πορφύραc", que em português significa "tintura roxa ou roupa roxa".
"Foi emocionante ler um texto que não entendíamos, mas sabíamos que as pessoas o deixaram para nós há milhares de anos. Foi como olhar para o passado através de uma máquina do tempo", disse Nader.
"Estava caminhando à noite e verifiquei aleatoriamente os meus códigos mais recentes no meu celular. [...] Não esperava nenhum resultado substancial, então, quando meia dúzia de letras apareceram na minha tela, fiquei completamente feliz", afirmou Farritor, segundo a mídia.
As letras impressas no papiro foram feitas com tinta de molusco, por isso se deve a sua cor roxa e a isso, acredita-se, é a que se refere a frase resolvida pelos jovens.
É importante lembrar que durante várias décadas, os pergaminhos foram meticulosamente tentados para serem abertos por monges, mas em sua maioria se desfizeram.