A Alemanha enviou unidades de forças especiais de elite da Bundeswehr — as Forças Armadas do país — para Chipre para uma possível operação, a fim de libertar reféns na Faixa de Gaza. A informação foi dada pelo jornal alemão Bild nesta quarta-feira (18). O texto cita fontes ligadas à defesa alemã.
Segundo a publicação, o governo do país está se preparando para todos os cenários no Oriente Médio e pretende evacuar os cidadãos alemães sob proteção militar em caso de emergência.
"É uma grande operação secreta. O governo está se preparando para todos os cenários no Oriente Médio (em Israel e no Líbano). As forças especiais da Bundeswehr estão mobilizadas com o objetivo de evacuar os cidadãos alemães sob proteção militar em caso de emergência", diz o texto.
No dia 7 de outubro, o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel. Militantes do grupo palestino lançaram foguetes contra o território israelense e realizaram uma incursão por terra, executando um grande número de civis e militares israelenses.
Eles também levaram mais de 150 reféns (civis e militares) para a Faixa de Gaza. A maioria dos reféns é israelense, mas há cidadãos de outras nacionalidades.
Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou estado de guerra em Israel pela primeira vez desde 1973. Desde então, pelo menos 4 mil pessoas morreram, em decorrência da escalada de violência, e cerca de 13 mil ficaram feridas.
A notícia sobre a mobilização das tropas alemãs vem um dia após o Pentágono comunicar que está colocando 2 mil soldados de prontidão para serem enviados ao Oriente Médio.
A tensão na Faixa de Gaza escala a cada dia e foi agravada na terça-feira, após um ataque ao Hospital Batista al-Ahli, localizado na cidade de Gaza, no norte do enclave, que deixou pelo menos 500 mortos e 900 feridos. A maioria é composta por pacientes e pessoas que buscavam abrigo da ofensiva israelense. Israel, por sua vez, culpa a Jihad Islâmica pelo ataque.
Nesta quarta-feira, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vetou as alterações apresentadas pela Rússia ao projeto de resolução brasileiro sobre a situação na Faixa de Gaza. Um dos pontos de entrave que levaram ao veto do texto foi a inclusão da condenação ao ataque ao Hospital Batista al-Ahli.
O Brasil, que atualmente exerce a presidência rotativa do Conselho de Segurança, pediu um prazo de 24 horas para alterar o texto e torná-lo aceitável para todos os seus membros.