Panorama internacional

Rússia se unirá a Belarus para pedir extradição de veterano nazista homenageado no Canadá

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, contou nesta quarta-feira (18) que o país passa a unir esforços com Belarus para pedir a extradição do veterano nazista Yaroslav Hunka, residente no Canadá. O ucraniano foi homenageado em setembro pelo Parlamento do país, durante visita do presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky.
Sputnik

"Tendo em consideração o reconhecimento oficial pelo governo do Canadá e pelas organizações internacionais do estatuto de criminosos de guerra, como Yaroslav Hunka foi soldado da divisão da SS nazista, ordeno desenvolver operacionalmente, junto com as forças de aplicação da lei de Rússia e Belarus, um apelo às autoridades canadenses, bem como à Interpol, para a sua extradição."

Segundo Shoigu, o principal objetivo da medida é levar o nazista a julgamento pelos diversos crimes cometidos durante a Segunda Guerra Mundial. O ministro lembra que Yaroslav Hunka, de 98 anos, cometeu atrocidades contra a população civil soviética, incluindo o genocídio de polacos e judeus. "Há todos os motivos para exigir a sua extradição", acrescenta.
Além disso, o ministro russo lembrou que crimes contra a humanidade são imprescritíveis e que o Canadá, onde o nazista reside há décadas, é signatário da Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio.
"O abrigo deste criminoso nazista cujas mãos carregam o sangue de centenas, senão milhares dos nossos cidadãos, incluindo crianças, não pode ser justificado por qualquer motivo", diz.
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Aplaudido de pé

Em 22 de setembro, Hunka foi convidado pelo então presidente da Câmara canadense, Anthony Rota, para assistir ao discurso de Zelensky. Na ocasião, ele chegou a ser elogiado como um "herói" que lutou contra os russos na Segunda Guerra e ainda aplaudido de pé por diversas autoridades e políticos.
O ucraniano de 98 anos foi voluntário da 14ª Divisão de Granadeiros SS Waffen, unidade militar nazista considerada organização criminosa durante os Julgamentos de Nuremberg, em 1946.
A situação levou à renúncia de Anthony Rota do cargo e gerou críticas em todo o mundo. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que também estava presente, só desculpou-se publicamente uma semana depois, após pressões de grupos judaicos e de outras nações.
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