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Abin: ministros do STF e adversários do ex-presidente Bolsonaro foram alvos de espionagem

Opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro, membros do Supremo Tribunal Federal e jornalistas foram alvos de vigilância ilegal realizada por funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que foram detidos nesta sexta-feira (20) pela Polícia Federal (PF).
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De acordo com investigação, esse grupo utilizava um sistema de rastreamento por GPS para monitorar a localização e as comunicações telefônicas de seus alvos.
A ferramenta de espionagem detectada nesses acompanhamentos ilegais é conhecida como FirstMile, que alegadamente foi utilizada de maneira imprópria entre dezembro de 2018 e maio de 2021, com uma ênfase particular no último ano, pouco antes do período pré-eleitoral.
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Em nota, a Abin afirma que o contrato 567/2018, que era confidencial, teve início em 26 de dezembro de 2018 e foi finalizado em 8 de maio de 2021.

"A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) informa que, em 23 de fevereiro de 2023, a Corregedoria-Geral da ABIN concluiu Correição Extraordinária para verificar a regularidade do uso de sistema de geolocalização adquirido pelo órgão em dezembro de 2018. A partir das conclusões dessa correição, foi instaurada sindicância investigativa em 21 de março de 2023. Desde então, as informações apuradas nessa sindicância interna vêm sendo repassadas pela ABIN para os órgãos competentes, como Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal. Todas as requisições da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal foram integralmente atendidas pela ABIN. A Agência colaborou com as autoridades competentes desde o início das apurações. A ABIN vem cumprindo as decisões judiciais, incluindo as expedidas na manhã desta sexta-feira (20). Foram afastados cautelarmente os servidores investigados. A Agência reitera que a ferramenta deixou de ser utilizada em maio de 2021. A atual gestão e os servidores da ABIN reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito", diz a íntegra do comunicado da Abin.

O diretor da Abin durante esse período era Alexandre Ramagem, que atualmente é membro do mesmo partido político que o ex-presidente Bolsonaro, o PL. Ele se elegeu deputado federal no ano passado pelo Rio de Janeiro e entrou na mira dos investigadores da PF.
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A Agência Brasileira de Inteligência tem a responsabilidade de produzir informações que são repassadas ao presidente da República para apoiar a tomada de decisões. Alertas, análises de ameaças e boletins informativos são gerados e enviados diretamente.
A revelação do uso inadequado do programa espião veio à tona em março, por meio do jornal O Globo, o que levou à abertura de uma investigação na Diretoria de Inteligência da Polícia Federal.
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