Panorama internacional

'Não se deixem cegar pela raiva': Biden alerta Israel a não cometer os mesmos erros dos EUA

Ao voltar de Israel ontem (19), Joe Biden fez um discurso à nação norte-americana no qual comentou os conselhos que compartilhou com seu principal aliado no Oriente Médio.
Sputnik
O presidente dos EUA alertou os israelenses a não agir pela "raiva", mas sim respeitar os princípios básicos da guerra estabelecidos pelo direito internacional. Ainda acrescentou que o antissemitismo e a islamofobia, que têm se acentuado na escalada do conflito, devem ser combatidos.
Biden relembrou que a reação de sua nação depois dos acontecimentos do 11 de setembro também resultou em ações movidas pela raiva:

"Enquanto procuramos e alcançamos a justiça, nós cometemos erros. Por isso, eu alertei o governo de Israel a não se deixar cegar pela raiva."

Em sua conversa com Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, Joe Biden também advertiu sobre ataques aéreos retaliatórios que possam ter como alvos civis palestinos: "[...] proteger os civis em combate da melhor maneira possível." Além disso, Biden reforçou que a população de Gaza precisa ter acesso aos recursos básicos e ajuda humanitária.
O líder estadunidense teceu críticas às atitudes condenáveis do Hamas contra civis israelenses e prometeu discutir com o Congresso ajuda adicional à segurança do aliado.
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Por trás das câmeras

Karen Kwiatkowski, veterana aposentada da Força Aérea dos EUA, fez uma análise a respeito do discurso de Biden.

"O enrolado presidente americano deu um discurso marcial, terminando com a fala 'Deus abençoe nossas tropas'. Tradicionalmente é 'Deus abençoe a América'", comentou à Sputnik.

A ex-oficial notou que Biden tossiu ao mencionar sua preocupação com os inocentes em Gaza. Ele fez a curiosa escolha de descrever seu país como uma referência de liberdade de expressão e religiosa ao mesmo tempo que está buscando arrecadações para enviar bilhões em apoio a países onde esses princípios não são valorizados, referindo-se tanto a Tel Aviv como Kiev.
Karen também concluiu que a declaração de que o Exército ucraniano recuperou 50% do território inicialmente tomado pela Rússia não soou verdadeira e que ela ficou surpresa que os redatores do discurso deixaram que isso ficasse registrado.
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