O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já determinou a evacuação da cidade de Kiryat Shmona, que fica na fronteira e tem cerca de 25.000 habitantes. A medida foi tomada por conta dos ataques do Hezbollah e de grupos palestinos aliados.
Já o número total de mortos na região ainda não foi contabilizado. Conforme autoridades israelenses e palestinas, pelo menos 5,5 mil pessoas foram a óbito por conta do conflito, que já deixou quase 400.000 desabrigados só na Faixa de Gaza.
No Líbano, o Hezbollah informou que um de seus combatentes foi morto, enquanto em Israel dois trabalhadores tailandeses da agricultura ficaram feridos, segundo os serviços de emergência.
Concentração de tropas na fronteira
À medida que Israel concentra tropas na fronteira com o país, um oficial do Hezbollah relatou que o movimento está pronto para intensificar sua participação no conflito, em apoio ao Hamas. A região está em guerra desde os ataques surpresas do grupo da Faixa de Gaza contra Israel, na manhã do dia 7 de outubro.
"Sejamos claros, à medida que os eventos se desenrolam, se algo surgir que exija uma intervenção maior de nossa parte, o faremos", disse o número dois do Hezbollah, Naim Qassem, à AFP.
Na porção Sul do Líbano, há relatos de mais de 20 pessoas mortas, entre pelo menos quatro civis, incluindo um jornalista da Reuters. A maioria das vítimas é combatente. Em Israel, pelo menos quatro pessoas morreram na fronteira com o país por conta dos tiroteios.
Os confrontos deste sábado ocorreram durante visita do ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, à região. A autoridade ainda pediu que as tropas permanecessem "vigilantes".
"O Hezbollah decidiu participar dos combates e está pagando o preço por isso. Devemos estar vigilantes e nos preparar para todas as possibilidades. Grandes desafios nos aguardam", disse Gallant.
Movimento muçulmano xiita, o Hezbollah é a única facção armada que atua no Líbano e chegou a travar fortes confrontos contra Israel em 2006. Na época, mais de 1,2 mil pessoas morreram no país, grande parte civis.
Cúpula da Paz no Cairo
Também neste sábado, aconteceu a Cúpula da Paz no Cairo, com presidentes e representantes de quase 20 países para discutir o conflito, um dos mais intensos no mundo nas últimas décadas. Porém, o encontro terminou sem um acordo e só evidenciou a polarização em torno da guerra no Oriente Médio.
Além do presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, o evento reúne ministros, reis, presidentes e autoridades da União Europeia, Jordânia, Bahrein, Kuwait, Itália, Espanha, Brasil, Rússia, Grécia, Chipre, África do Sul, Alemanha, França, Japão, Reino Unido e Noruega. Não há expectativa de participação de Israel e Estados Unidos.