O encontro aconteceu no Cairo e reuniu ministros, presidentes e representantes de quase 20 nações, terminando sem um acordo:
enquanto Estados árabes e muçulmanos apelaram ao fim imediato da ofensiva de Israel e o cessar-fogo, países ocidentais manifestaram em sua maioria objetivos mais modestos, como a
ajuda humanitária aos civis.
O chanceler brasileiro lembrou ainda que, durante a presidência do país no CSNU, foram convocadas sessões de emergência para viabilizar um cessar-fogo e o Brasil sempre defendeu o diálogo entre os envolvidos no conflito. Apesar disso, a resolução só não foi aprovada pelos Estados Unidos que, como membro permanente, tem poder de veto.
Ao todo, o projeto recebeu 12 votos favoráveis dos 15 países do conselho, o que é "prova do amplo apoio político a uma ação rápida por parte do Conselho. Acreditamos que esta visão é partilhada pela comunidade internacional em geral."
"Temos de encontrar formas de desbloquear a ação multilateral. O Brasil não poupará esforços nesse sentido. [...] A paralisia do Conselho de Segurança terá consequências prejudiciais para a segurança e as vidas de milhões de pessoas. Isto não é do interesse da comunidade internacional", acrescentou.
Já na próxima terça-feira (24), o Brasil vai presidir o debate trimestral do CSNU que, mais uma vez, terá como foco a
questão Israel-Palestina e a busca de uma saída imediata.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, também esteve
presente na cúpula e defendeu a necessidade urgente de uma ação coletiva para enfrentar a guerra. Só em Gaza,
os confrontos já deixaram quase 400.000 pessoas desabrigadas e provocaram um deslocamento em massa para a região Sul do território, um dos mais pobres do mundo.
Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou a criação de dois Estados — um judeu e um árabe — na margem ocidental do rio Jordão, ao mesmo tempo em que Jerusalém manteria o status de zona internacional. Em 14 de maio de 1948, Israel declarou sua independência.
Imediatamente depois, Egito, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque começaram uma guerra contra o Estado recém-formado. Durante a Guerra dos Seis Dias (1967), Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (margem ocidental do rio Jordão), incluindo Jerusalém Oriental. Surgiram as colônias de judeus em terra palestina, levando ao deslocamento em massa de palestinos.
Após a Primeira Intifada (manifestação de resistência dos palestinos contra as autoridades israelenses nos territórios ocupados, que durou de 1987 a 1993), foi assinado o acordo de paz de Oslo. Foi um período de transição de cinco anos. Era para começar com a redistribuição de tropas israelenses da Faixa de Gaza e Cisjordânia e terminar com a determinação do status final dos territórios palestinos.
Em 2005, Israel, unilateralmente, sem qualquer acordo político, retirou-se completamente da Faixa de Gaza. Em 25 de janeiro de 2006, eleições legislativas foram realizadas pela segunda vez. Duas organizações se destacaram: o Hamas ganhou a maioria dos assentos (80), enquanto o Fatah levou 43 assentos no Conselho Legislativo Palestino.
O Hamas assumiu o controle total do território de Gaza, depois de expulsar a maioria dos ativistas do Fatah (que não era mais governo).
Em 29 de novembro de 2012, a Palestina recebeu o status de Estado observador nas Nações Unidas, evento que é amplamente considerado o reconhecimento de fato do Estado palestino pela comunidade internacional.