A decisão da administração norte-americana de Joe Biden de enviar mísseis de longo alcance ATACMS com munições de fragmentação para a Ucrânia desconsidera o sofrimento humano de longa data causado por tais armas indiscriminadas, disse à Sputnik um membro do Comitê Diretor da Coalizão de Munição de Fragmentação dos Estados Unidos.
Titus Peachey, que também é ex-presidente da ONG Legacies of War, reconheceu que a utilização de munições de fragmentação viola a lei humanitária internacional, visto não conseguir diferenciar entre alvos militares e civis.
Especialistas da GLOBSEC, uma ONG focada na segurança internacional, em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, concluíram que cerca de 30% da massa terrestre da Ucrânia está preenchida por minas e munições não detonadas, transformando áreas antes prósperas em zonas de perigo e apreensão.
"Primeiro, elas são difíceis de atingir com precisão, criando uma grande 'pegada' de danos que geralmente inclui civis. Em segundo lugar, muitas não explodem com o impacto, mas persistem ao longo do tempo, mutilando e matando quem quer que as perturbe muito depois do fim das guerras", apontou Peachey.
Ele deixou claro que as bombas de fragmentação transportadas pelo ATACMS são perigosas para os civis devido ao seu tamanho minúsculo, e ao fato de carregarem 950 submunições em suas ogivas. Elas representam uma ameaça particularmente grande para a população civil, pois podem se misturar facilmente ao ambiente, apontou.