Um cidadão chinês que trabalhava para um instituto de defesa foi acusado de espionagem para os EUA, e seu caso foi transferido para um tribunal na cidade de Chengdu, para julgamento, informou no domingo (22) a principal agência de contraespionagem da China.
Durante a investigação, foi revelado que o homem, de sobrenome Hou, foi enviado em 2013 como acadêmico visitante a uma universidade dos EUA, onde foi coagido a revelar segredos de Estado chineses, relatou a emissora chinesa CCTV.
Um professor americano próximo a Hou o teria apresentado a alguém que dizia ser funcionário de uma empresa de consultoria, mas que na verdade era um "oficial de inteligência" americano, que usava a empresa como disfarce. O funcionário de inteligência teria prometido ao cidadão chinês um pagamento entre US$ 600 (R$ 3.020) e US$ 700 (R$ 3.524) por cada serviço de qualidade prestado.
O agente americano acabou por revelar suas verdadeiras intenções, o que fez com que Hou, que temia pela segurança de sua esposa e filho, concordasse com os termos. Segundo a reportagem, Hou foi solicitado a revelar segredos altamente confidenciais em sessões de uma hora, recebendo US$ 1.000 (R$ 5.034) como compensação.
A mídia chinesa disse que a cooperação continuou depois que Hou regressou à China em 2014, e que a colaboração incluía reuniões com a inteligência dos EUA enquanto participava de conferências internacionais, bem como entrega de informações de inteligência no campo da defesa nacional e do setor militar por sua própria iniciativa.
Após investigações do governo chinês, Hou foi detido em julho de 2021 e acusado de suspeita de espionagem.
Segundo uma declaração de domingo (21) do Ministério de Segurança do Estado da China, "as atividades de espionagem andam de mãos dadas com o engano, a tentação e a conspiração".