O Paquistão testou um míssil balístico com capacidade nuclear, escreveu na sexta-feira (21) o portal Defense News.
Em 2017, a Divisão de Planos Estratégicos (SPD, na sigla em inglês), uma organização de relações públicas, declarou que o Ababeel tem um alcance de 2.200 quilômetros e foi desenvolvido para garantir a "capacidade de sobrevivência dos mísseis balísticos do Paquistão" em uma região na qual os atores estatais estão reforçando as contramedidas.
O setor de mídia das Forças Armadas do Paquistão declarou que o teste de quarta-feira (19) tinha o objetivo de revalidar "vários projetos, parâmetros técnicos e avaliação de desempenho de diferentes subsistemas" e "o objetivo de fortalecer a dissuasão e aumentar a estabilidade estratégica na região".
Naeem Salik, ex-oficial do Exército paquistanês, que serviu na SPD, e que agora é diretor executivo do think tank Instituto de Visão Estratégica (SVI, na sigla em inglês), sediado em Islamabad, Paquistão, descreveu o Ababeel, que é capaz de transportar várias ogivas, como oferecendo "a vantagem de atingir vários alvos ao mesmo tempo, com cada vetor de entrega fornecendo uma solução econômica e complicando o trabalho da [defesa contra mísseis balísticos] Índia", disse ele ao Defense News.
Mansoor Ahmed, um especialista no programa nuclear do Paquistão, e acadêmico na Universidade Nacional Australiana, disse ao Defense News que o míssil balístico é o "marco de engenharia mais importante para a tríade nuclear do Paquistão em quase duas décadas, e um grande avanço na melhoria da capacidade de sobrevivência das forças estratégicas terrestres contra um ataque preventivo da força contrária indiana".
O Paquistão testou pela última vez a arma em 24 de janeiro de 2017. Ahmed teorizou que o longo período entre os testes se deveu aos esforços para melhorar seus "parâmetros técnicos e de desempenho".