As eleições presidenciais são uma das mais disputadas da história argentina e também preocupam o Brasil e aliados na América Latina. Participam do primeiro turno cinco candidatos: Sergio Massa (Unión por la Patria), Javier Milei (La Libertad Avanza), Juan Schiaretti (Hacemos por Nuestro País), Patricia Bullrich (Juntos por el Cambio) e Myriam Bregman (Frente de Izquierda).
A pesquisa AtlasIntel, divulgada nesta semana, mostrou o candidato apoiado pelo presidente Alberto Fernández e ministro da Economia do país, Sergio Massa, em primeiro lugar nas intenções de votos, com 30,9%. Na sequência, aparecem o candidato de extrema direita, Milei, com 26,5%, e Bullrich, com 24,4%.
Nas eleições primárias, realizadas em agosto e que funcionam como um termômetro do comportamento dos argentinos, houve a participação de 69% dos eleitores. Para avançarem no pleito, as coligações precisavam de pelo menos 1,5% dos votos válidos.
O anarco-capitalista Javier Milei surpreendeu e teve 29,8% dos votos, enquanto o Juntos por el Cambio alcançou 28%, divididos entre 16,81% para Bullrich e 11,19% de Horacio Rodríguez Larreta.
Já a coligação Unión por la Patria recebeu 27,3%, com 21,43% para Massa e 5,85% para Juan Grabois. Os resultados definiram os candidatos que disputaram o primeiro turno.
Caso nenhum dos candidatos ultrapasse 45% dos votos ou 40% e uma diferença de dez pontos para o candidato anterior, o pleito vai para o segundo turno, marcado para o dia 19 de novembro.
Massa e Milei já votaram
O ministro da Economia, Sergio Massa, esperou cerca de meia hora na fila para votar, enquanto tirava foto com eleitores na região Norte de Buenos Aires.
"A Argentina vive hoje um dia muito importante. Para os argentinos, [são] quatro ou cinco minutos diante da cabine de votação que representam a definição do futuro dos próximos quatro anos", disse ele.
Já o candidato de extrema direita, Javier Milei, votou em um bairro de Buenos Aires acompanhado por uma comitiva. Após a chegada caótica em que foi recebido com rosas atiradas pela multidão, o economista, que optou por um discurso contra os políticos tradicionais, disse não esperar uma concorrência tão grande e saiu sem dar outras declarações.
Como acontece a eleição argentina
As eleições são realizadas dois meses antes do término do mandato do presidente em exercício, atualmente exercido por Alberto Fernández.
A participação nas eleições é obrigatória para os cidadãos com idade igual ou superior a 18 anos e facultativa para eleitores entre 16 e 17 anos.
O candidato à presidência da Argentina é indicado por partidos e associações políticas. A lista inclui pessoas que obtiveram pelo menos 1,5% dos votos nas eleições primárias.
Caso mais de 45% dos eleitores votem na associação de candidatos com maior número de votos no primeiro turno, os candidatos nela incluídos são declarados presidente e vice-presidente.
Se pelo menos 40% dos eleitores votaram na associação de candidatos com maior número de votos no primeiro turno, e houver um intervalo de mais de 10% entre eles, também há vitória.
Após as eleições presidenciais, as comissões eleitorais nacionais, no prazo máximo de dez dias corridos a partir do dia das eleições, transmitem os resultados da votação ao presidente do Senado, que convoca imediatamente um congresso nacional.