Panorama internacional

Analistas: possibilidade de ataque nuclear é 'duvidosa' por Israel possuir apenas mísseis terrestres

Enquanto a guerra de Israel contra o Hamas continua em Gaza, a comunidade internacional está preocupada com a possibilidade de um conflito nuclear. No entanto, a extensão das capacidades nucleares de Israel e se o país será capaz de usá-las de forma eficaz continua sendo uma questão em aberto.
Sputnik
Ante conflito israelo-palestino, as organizações internacionais expressaram preocupação com a magnitude do conflito que poderia levar ao uso de armas nucleares, segundo o artigo do jornal South China Morning Post.
Muitas organizações internacionais e países acreditam que Israel possui armas nucleares.
No entanto, Israel mantém há muito tempo uma política de ambiguidade nuclear, não confirmando nem negando a existência de um arsenal próprio. O país não é um dos Estados com armas nucleares oficialmente reconhecidos.
"O consenso é que Israel possui armas nucleares armazenas em estado parcialmente desmontado", disse na quinta-feira (19) o diretor-executivo da Associação de Controle de Armas, Daryl Kimball, citado pelo South China Morning Post.
"Estima-se que o país tenha 90 ogivas nucleares" e material físsil nuclear equivalente a mais de 200 ogivas, de acordo com o comunicado de Daryl Kimball.
Acredita-se que Israel tenha realizado um teste de campo de uma arma nuclear no sul do Oceano Índico em 1979, possivelmente em conjunto com a África do Sul. Em junho de 2015, a agência israelense Haaretz informou que Israel construiu e testou a chamada "bomba suja", que usava tanto explosivos convencionais quanto elementos radioativos.
Não se sabe se outros testes foram realizados por Israel. No entanto, o programa nuclear do país não foi criado sozinho.
Israel iniciou seu programa atômico militar na década de 1950. No outono de 1957, o país assinou um acordo com a França, segundo o qual os especialistas franceses ajudariam os israelenses a construir um reator nuclear na cidade israelense de Dimona, que mais tarde se tornou uma instalação de pesquisa nuclear, segundo artigo do jornal The Washington Post.
Sabe-se também que Israel possui aeronaves de produção norte-americana capazes de lançar bombas nucleares e submarinos de produção alemã capazes de transportar ogivas nucleares, ressalta a mídia.
A força nuclear israelense consiste principalmente de mísseis baseados em terra, portanto, a eficácia dos ataques nucleares é "duvidosa", segundo o comunicado da Corporação de Ciência e Indústria Aeroespacial da China.
Panorama internacional
AIEA está preocupada com riscos nucleares em meio ao conflito no Oriente Médio
Em agosto, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que há uma "divergência de pontos de vista fundamental e de longa data" entre Israel e outros países do Oriente Médio sobre a regulamentação nuclear.
Embora Israel insista que não tem interesse em "introduzir" armas nucleares no Oriente Médio, continua evitando assinar acordos de compromissos abrangentes com a AIEA.
No ano passado, na Assembleia Geral das Nações Unidas, uma maioria esmagadora de países-membros pediu para Israel colocar todas as suas instalações nucleares sob o controle da AIEA e se livrar de suas armas nucleares.
A AIEA não comentou se Israel havia atendido ao chamado.
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