O ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou uma queixa-crime contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por injúria e difamação decorrentes de uma declaração dada em maio pelo chefe de Estado.
Na ocasião, em um discurso no evento de lançamento da Lei Paulo Gustavo, em Salvador, Lula mencionou a mansão de Daniel Cid, irmão de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, nos EUA e associou o imóvel a Bolsonaro.
"Agora mesmo, acabaram de descobrir uma casa, uma casa de US$ 8 milhões [cerca de R$ 40 milhões] do ajudante de ordens do Bolsonaro. Certamente uma casa de US$ 8 milhões não é para o ajudante de ordens; certamente é para o paladino da discórdia, o paladino da ignorância, o paladino do negacionismo", disse Lula no evento.
Na época, após a fala de Lula, Bolsonaro negou ter uma casa nos EUA em nome de Cid e disse que pretendia processar Lula pela declaração. Na queixa-crime apresentada nesta terça-feira, a defesa de Bolsonaro afirmou que apesar de Lula não ter citado diretamente o nome de Bolsonaro, ficou inegável a intenção por trás da fala do presidente.
Os advogados de Bolsonaro afirmaram que nunca houve relação do ex-presidente com o imóvel, e que a mansão, localizada no sul do estado da Califórnia e orçada em US$ 1,7 milhão (cerca de R$ 8,4 milhões), foi comprada em nome de uma empresa do irmão de Mauro Cid, o empresário Daniel Cid.
"A fantasiosa hipótese que Lula pretendeu sugerir aos ali presentes e à sociedade brasileira em geral — haja vista se tratar de evento televisionado e imagens amplamente repercutidas e compartilhadas nas redes sociais — é absolutamente inverídica, retratando, assim, vil rumor, com o único objetivo de atingir a honra e a imagem do querelante [Bolsonaro]", escreveram os advogados.