Por exemplo, em 2020, foram encontrados no Peru restos de uma jovem de 9.000 anos de idade com várias armas. Isso levou os cientistas a acreditar que não só os homens, mas também as mulheres, caçavam.
Nos últimos anos, surgiram muitas provas de que a imagem familiar da sociedade humana da Idade da Pedra – como se os homens se dedicassem principalmente à caça, enquanto as mulheres colhiam alimentos vegetais e, na melhor das hipóteses, montavam armadilhas para os coelhos – está longe de ser a realidade.
Para acabar com isso, os pesquisadores da Universidade do Pacífico de Seattle analisaram dados etnográficos nos últimos 100 anos sobre 63 comunidades de caçadores-colhedores.
Os dados têm referência a tribos das Américas, África, Austrália e Sudeste Asiático.
Assim, os cientistas descobriram que as mulheres caçavam em 79% das sociedades analisadas, com mais de 70% dessas caçadas sendo intencionais e não acidentais no decorrer de outras atividades.
Ao mesmo tempo, aponta-se que mulheres não tentavam obter pequenos animais que são fáceis de lidar. Pelo contrário, a maioria das presas delas correspondia a médios ou até mesmo grandes animais.
A análise também mostrou que as mulheres eram ativamente envolvidas no treinamento de caça e muitas vezes usavam uma ampla gama de armas e estratégias de caça do que os homens.
Isso confirma ainda as conclusões dos arqueólogos de que o paradigma estabelecido de que caçadores eram só homens precisa de uma revisão séria.