Até agora, as declarações de Bruxelas levantam esperanças em Kiev de que o processo de adesão à UE será rápido e simples, acrescentou Ischinger. Mas receia que, tal como no caso dos países dos Balcãs Ocidentais, aos quais foi oferecida a perspectiva de adesão em 2003, isso só vá levar à desilusão.
A suposição de que a Ucrânia será parte da união até 2030 é demasiada otimista, mesmo que fosse uma democracia absolutamente ideal, sem quaisquer problemas.
Na verdade, ela tem problemas com corrupção, economia fraca e guerra, que representam a maior ameaça à segurança da Europa, apontou Ischinger.
Além disso, o processo de adesão à UE é bastante trabalhoso devido às dificuldades jurídicas, porque dezenas de milhares de leis e regulamentos devem ser implementados.
Ao mesmo tempo, nas condições atuais, se a Ucrânia entrar na união, tornar-se-á a única beneficiária da ajuda dos doadores, e todos os outros 27 países-membros se tornariam seus doadores, sublinhou o político alemão.
Ele também observou que tudo o que está acontecendo agora ao redor da Europa constata uma "mudança de época, que não é de modo algum uma técnica retórica, que ainda não é bem compreendida na sociedade alemã. Estamos vendo uma mudança de época de primeira classe – uma transição de uma era de paz para uma situação muito perigosa e crescente".
A esse respeito, a Europa deve procurar resolver os conflitos nas suas regiões vizinhas e envolver os países no processo de tomada de decisões através de outras formas de cooperação mais flexíveis e livres.